“REVISTA ÁLBUM DAS MENINAS”: LITERATURA INFANTIL E JOVIAL PARA EDUCAR A MOCIDADE BRASILEIRA

Palavras-chave: Álbum das Meninas. Anália Franco. Revista Infantil. Educação Feminina.

Resumo

O artigo é dedicado à análise do periódico Álbum das Meninas: revista literária e educativa dedicada às jovens brasileiras, publicação idealizada por Anália Franco (1853 – 1919), professora formada pela Escola Normal em São Paulo, onde exerceu o magistério, colaborou com a imprensa feminina e fundou instituições como a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva (AFBI). O objetivo central do estudo é analisar o ideal de educação da infância feminina, contido nas páginas da Revista, examinada como patrimônio educativo material que identifica e traz consigo marcas de uma época. Em um plano mais específico pretende-se verificar a arte visual da publicação e seus recursos para atrair as jovens leitoras. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, histórico documental, baseada no estudo da memória de um patrimônio educativo singular em sua aspiração de educar às mulheres desde a infância. As edições pesquisadas pertencem aos acervos digitalizados do Arquivo Público do Estado de São Paulo e da página História da Educação e da Infância coordenada pelo Prof. Moysés Kuhlmann Jr. Conclui-se que a criação da Revista Álbum das Meninas, em circulação de 1898 a 1901, estava envolta à defesa da educação feminina de qualidade, desde a infância, tendo a instrução como um fator emancipatório da mulher, mas também de aprimoramento dos papéis sociais de irmã, filha, mãe e esposa.

Biografia do Autor

Maria Celi Chaves Vasconcelos, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – (UERJ), Rio de Janeiro – RJ – Brasil. Professora Titular da Faculdade de Educação, atuando no Programa de Pós-Graduação em Educação – (Proped/UERJ). Bolsista de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – (CNPq) e Bolsista do Programa Cientista do Nosso Estado – (FAPERJ). Prócientista UERJ.

Luciana Borges Patroclo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – (UERJ)

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – (UERJ), Rio de Janeiro – RJ – Brasil. Pós Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – (Proped/UERJ). Professora Auxiliar I da Graduação em Pedagogia na Universidade Estácio de Sá (UNESA).

Referências

ÁLBUM DAS MENINAS. São Paulo. Exemplares de 30 de abril de 1898 a 01 de outubro de 1901.

ALMEIDA, J. S. Ler as letras: por que educar meninas e mulheres? Campinas – SP: Autores Associados; São Bernardo – SP: Universidade Metodista de São Paulo, 2007.

ÁLVAREZ DOMÍNGUEZ, P.; MARTÍNEZ-VALCÁRCEL, N.; GARCÍA-MARÍN, R. El patrimonio cultural en los recuerdos del alumnado al finalizar el Bachillerato en España: educación e identidad patrimonial. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 22, p.198-235, set./dez. 2017. Disponível em: 10.5965/2175180309222017198http://dx.doi.org/10.5965/21751803092220171981.Acesso em: 27.nov.2020.

ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

ARROYO, L. Literatura Infantil Brasileira. 10.ed. São Paulo: Melhoramentos, 1990.

BRASIL. Decreto nº 1.331-A, 17 de fevereiro de 1854. Aprova o Regulamento para reforma do ensino primário e secundário do Município da Corte. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1331-a-17-fevereiro-1854-590146-publicacaooriginal-115292-pe.html. Acesso em: 27.nov.2020.

CAMARA, S. Sob a Guarda da República: a infância menorizada no Rio de Janeiro da década de 1920. Rio de Janeiro: Quarter, 2010.

CARVALHO, J. M. de. Formação das Almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

CHAGAS, F. G. Álbum das Meninas, Revista Literária e Educativa Dedicada às Jovens Brasileiras: um estudo de um impresso de Anália Franco (1898-1901).2016.187f. Dissertação (Mestrado em Educação). Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos. 2016.

CHALHOUB, S. Visões da Liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. 5ª reimpr. São Paulo: Unesp, 1999.

CORREIO PAULISTANO. São Paulo. Exemplares de 1 de agosto de 1874 a 25 de janeiro de 1902.

D. ANALIA FRANCO. Correio Paulistano. São Paulo, 21 de janeiro de 1898.

DIÁRIO DE SÃO PAULO. São Paulo, 8 de março de 1877.

DUARTE, C. L. Imprensa feminina e feminista no Brasil: século XIX. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

ELEUTÉRIO, M. L. Imprensa a serviço do progresso. In: MARTINS, A. L.; LUCA, T. R. de. (Org.). História da Imprensa no Brasil. 2. ed., 3.reimpr. São Paulo: Contexto, 2015, p.83-130.

FERREIRA, A. B. de H. Miniaurélio. 7.ed. Curitiba: Positivo, 2008.

FRANCO, A. E. A nossa Apathia Mental. Álbum das Meninas. São Paulo, 01 de abril de 1901, p.1-4.

FRANCO, A. E. As preleções de Jesus. Álbum das Meninas. São Paulo, 01 de outubro de 1900, p.1-6.

FRANCO, A. E. A’s Mães e Professoras. Álbum das Meninas. São Paulo, 01 de agosto de 1900, p.1-4.

FRANCO, A. E. Um Romance. Álbum das Meninas. São Paulo, 31 de agosto de 1899, p.398-400.

FRANCO, A. E. Os Grandes Pensadores. Álbum das Meninas. São Paulo, 30 de abril de 1899, p.294-295.

FRANCO, A. E. Educação Femenina. Álbum das Meninas. São Paulo, 30 de julho de 1899, p.341-344.

FRANCO, A. E. 15 de Novembro. Álbum das Meninas. São Paulo, 30 de novembro de 1898, p.174-176.

FRANCO, A. E. O ensino complementar e profissional da mulher. Álbum das Meninas. São Paulo, 30 de novembro de 1898, p.169-174.

FRANCO, A. E. O Jornal. Álbum das Meninas. São Paulo, 31 de outubro de 1898, p.160-161.

FRANCO, A. E. Questões Sociaes. Álbum das Meninas. São Paulo, 30 de setembro de 1898, p.121-125.

FRANCO, A. E. O Nosso Indifferentismo. Álbum das Meninas. São Paulo, p.126-128.

FRANCO, A. E. As Minhas Patrícias. Álbum das Meninas. São Paulo, 31 de julho de 1898, p.73-76.

FRANCO, A. E. 13 de Maio. Álbum das Meninas. São Paulo, 31 de maio de 1898, p.31-34.

FRANCO, A. E. As Mães e Educadores. Álbum das Meninas. São Paulo, 30 abr.1898, p.1-3.

GOMES, Â. M. de C.; HANSEN, P. S. (Org.). Intelectuais mediadores: práticas culturais e ação política. Rio de Janeiro Civilização Brasileira, 2016. (Apresentação).

HALLEWELL, L. O Livro no Brasil: sua história. Tradução de: Maria da Penha Villalobos, Lólio Lourenço de Oliveira e Geraldo Gerson de Souza. 3.ed. 1ª reimpr. São Paulo: Edusp, 2017.

HANSEN, P.S. Brasil, um país novo: literatura cívico-pedagógica e a construção de um ideal de infância brasileira na Primeira República, 2007. 253 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

LOURO, G. L. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, M. (Org.); BASSANEZI, C. (Coord. de texto). História das mulheres no Brasil. 10.ed. São Paulo: Contexto, 2018, p.443-481.

MARTINS, A. L. Revista em Revista: Imprensa e Práticas Culturais em Tempos de República, São Paulo (1890-1922). São Paulo: Universidade de São Paulo; Fapesp, 2008.

MONTEIRO, E. C. Anália Franco: a grande dama da educação brasileira. São Paulo: Eldorado Espírita, 1992.

OLIVEIRA, C. de. Mulheres de estampa: o folhetim e a representação do feminino no Segundo Reinado. In: KNAUSS, P. et. al (Org.). Revistas Ilustradas: modelos de ler e ver no Segundo Império. Rio de Janeiro: MAUAD X; FAPERJ, 2011, p.157 -172.

PATROCLO, L. B. As mães de famílias futuras: a Revista o Tico-Tico e a formação das meninas brasileiras (1905-1925). Cadernos de História da Educação, v.18, n.3, p. 731-748, Set./dez. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.14393/che-v18n3-2019-9. Acesso em: 27.nov.2020.

PERROT, M. Figuras e papéis. In: PERROT, M. (Org.). História da vida privada: da Revolução Industrial à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p.107-168.

PITTORESCA, A. E. O Amor da Patria. Álbum das Meninas. São Paulo, 30 de abril de 1898, p.24.

REZZUTTI, P. Mulheres do Brasil: a história não contada. Rio de Janeiro: Leya, 2018.

ROSA, Z. de P. O Tico-Tico: meio século de ação recreativa de pedagógica. Bragança Paulista: EDUSF, 2002.

SÃO PAULO. Lei n.9, de 22 de março de 1874. Estabelece o ensino obrigatório na província de São Paulo. Disponibilidade em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/1874/lei-9-22.03.1874.html. Acesso em 27.nov.2020.

SILVA, M. C. da; PÌNTO, M. S. Discursos em disputa sobre a Bibliotheca Infantil em O Paiz (1894-1899). Revista Educação em Questão, Natal, v. 56, n. 47, p. 221-243, jan./mar. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.21680/1981-1802.2018v56n47ID14005. Acesso em: 27.nov.2020.

VASCONCELOS, M. C. C. Ensinamentos e contos: Maria Amália Vaz de Carvalho e sua estratégia para a educação da mulher. Revista Diálogo Educacional, [S.l.], v. 20, n. 67, nov, 2020. Disponibilidade em: http://dx.doi.org/10.7213/1981-416X.20.067.DS02 Acesso em: 12.nov.2020.

VASCONCELOS, M. C. C. A educação feminina no Brasil oitocentista: a mãe e mestra. Gênero, v. 11, 2010, p. 78-96.

VELLOSO. M. P. Percepções do moderno: as revistas do Rio de Janeiro. In: NEVES, L. M. B. P. das; MOREL, M.; FERREIRA, T. M. B. da C. (Org.). História e imprensa: representações culturais e práticas de poder. Rio de Janeiro: DP&A, FAPERJ, 2006, p.312-331.

VENÂNCIO JUNIOR, A. L., & MIGNOT, A. C. V. O Pandemônio de 1918. Revista Educação Em Questão, 58 (58). 2020. Disponível em: https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n58ID21540 Acesso em: 17.nov.2020.

Publicado
2021-04-29