O ESTILO DO AUTOR-ROTEIRISTA DE TELENOVELA: UMA ANÁLISE DE “AVENIDA BRASIL”, DE JOÃO EMANUEL CARNEIRO
Resumo
O presente trabalho empreende uma análise de estilo do autor-roteirista João Emanuel Carneiro a partir da telenovela Avenida Brasil (2012), com o objetivo ampliar a discussão acerca do que é estilo de telenovela. Para isso, o percurso teórico-metodológico passa pela perspectiva de David Bordwell (2008;2013), para o qual estilo refere-se às escolhas dos realizadores em determinadas circunstâncias históricas. Consideramos as telenovelas como obras expressivas, levando em conta os seus traços de intencionalidade e a solução de problemas a partir de escolhas do autor na elaboração do produto (Bordwell, 2008; Baxandall, 2006). Articulando formulações desses dois autores, entendemos o paradigma problema/solução (Bordwell, 2008) como um exercício de inferência e idealização que considera o autor da obra um agente histórico e social situado em um contexto e em uma tradição, com princípios e técnicas convencionadas. Assim, buscamos compreender como o autor-roteirista reorganiza certas possibilidades existentes, construindo um rearranjo particular dessas técnicas e configurando o que definimos por seu estilo.
Referências
BAXANDALL, M. Padrões de Intenção – A explicação histórica dos quadros. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
BORDWELL,D.Sobre a história do estilo cinematográfico. Campinas: Editora Unicamp, 2013.
____________ Figuras traçadas na luz: a encenação no cinema. Campinas/SP: Papirus, 2008.
CAMPOS, F. Roteiro de cinema e televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.
MACHADO, A. A televisão levada a sério. Editora Senac: São Paulo, 2003.
NOGUEIRA, L. O autor na televisão. Goiânia: Ed. da UFG; São Paulo: Edusp, 2002.
PALLOTTINI,R. Dramaturgia de televisão. São Paulo: Perpectiva, 2012.
PUCCI JUNIOR, R.L. Inovações estilísticas na telenovela: a situação em Avenida Brasil. In: Revista Famecos. Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 675-697, maio-agosto 2014.
ROCHA, S.M. (coord.) Estilo televisivo – E sua pertinência para a TV como prática cultural. Florianópolis: Insular, 2016.
ROSAS, I.A. O estilo do autor-roteirista nas telenovelas brasileiras: um estudo a partir das obras e trajetória de João Emanuel Carneiro. 2019, 287 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019.
SARAIVA, L. CANNITO, N. Manual de Roteiro, ou Manuel, o primo pobre dos manuais de cinema e TV. São Paulo: Conrad Editora, 2004.
SARLO, B. El imperio de los sentimientos. Buenos Aires: Grupo Editorial Norma, 2004.
SOUZA, M.C J. de. Analisando a autoria das telenovelas. IN: SOUZA, Maria Carmem Jacob de (org.). Analisando Telenovelas. Rio de Janeiro: E-papers, 2004a
_______________Telenovela e Representação Social: Benedito Ruy Barbosa e a Representação do Popular na Telenovela Renascer. Rio de Janeiro: E-papers, 2004b.
_______________Amor e felicidade em Mulheres Apaixonadas: pacto de recepção com os ideais dos telespectadores. IN: Mídia e Recepção: televisão, cinema e publicidade. Salvador: EDUFBA, 2006.
_______________Criadores de ficção seriada aqui e acolá. Desafios criativos de roteiristas de telenovelas. In: Estudos de Televisão. Diálogos Brasil-Portugal. Porto Alegre: Sulina, 2011, p.33-55.
SOUZA, M.C. J. de; WEBER, M.H. Autoria no campo das telenovelas brasileiras: a política em Duas caras e em A Favorita. In: Autor e autoria no cinema e na televisão / José Francisco Serafim (Org.). Salvador : EDUFBA, 2009. P. 79-119.
THOMASSEAU, J.M. O melodrama. São Paulo: Perspectiva, 2012.
THOMPSON, K. Storytelling in film and television. Cambridge, Massachusetts, and London, England: Harvard University Press, 2003.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).