NAS ENCRUZILHADAS DA MEMÓRIA: EM-CANTO MARIA
Resumo
Práticas culturais revelam como sociedades se organizam. Elas são disparadoras para estudos que almejam compreender a vida em sociedade e, da mesma maneira, performances artísticas são importantes lugares de reflexões. Nosso objetivo no presente artigo é analisar um ato performativo motivado por memórias culturais afro-religiosas ao mostrar seus sentidos poéticos e políticos. Os postulados das poéticas orais, dos estudos da memória cultural e social fundamentam o processo metodológico da pesquisa. A experimentação com a linguagem e a escrita reflexiva sobre essas vivências revelam o potencial encontro entre as artes cênicas, nosso lugar de pensamento e o campo de conhecimento das ciências humanas e sociais. Assim, universos culturais não canônicos são “lugares de memória” escolhidos e acolhidos, e a linguagem da performance/arte o meio para a sua vivência e valorização.
Referências
ASSMANN, Jan. Memória comunicativa e memória cultural. Tradução de Méri Frotscher. Revista História Oral, v. 19, n. 1, jan. – jun. de 2016, p. 115-128.
BEZERRA, José Denis de Oliveira; CORDEIRO, Rosilene da Conceição. Maura Cansada: corpo, performance e memorialidades. Revista Boitatá, Londrina, n. 27, jan.- jun. 2019, p. 69-82.
CORDEIRO, Rosilene da Conceição. Corpografia memorial: a narrativa poética do corpo em ‘Performance a São Marçal - Proibido para o banho’. Revista Sentidos da Cultura, v.07, n.12 Jan./Jun./ 2020, p. 115-135. Disponível em: <https://periodicos.uepa.br/index.php/sentidos/article/view/3459>. Acesso em: 01 set. de 2020.
CORRAL, Janaína Azevedo. O Livro da Esquerda na Umbanda. São Paulo: Universos dos Livros, 2010.
ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. Tradução de Pola Civelli. São Paulo: Perspectiva, 1972.
FERREIRA, Jerusa Pires. Cultura das Bordas: Edição, Comunicação, Leitura. Cotia/SP: Ateliê Editorial, 2010.
JÚNIOR, Ademir Barbosa. Curso Essencial de Umbanda. São Paulo: Universo dos Livros, 2011.
MERCÊS, Cláudio Cristiano Chaves das. Religiosidade e Cultura: a performance de Maria Padilha Rainha das Encruzilhadas em Belém do Pará. Revista Sentidos da Cultura, v.07, n.12 Jan./Jun./ 2020, p. 115-135. Disponível em: <https://periodicos.uepa.br/index.php/sentidos/article/view/3451>. Acesso em: 01 set. de 2020
MERCÊS, Claudio Cristiano Chaves das. Vênus de Sangue: Caracterização e visagismo na espetacularidade da rainha das encruzilhadas, Maria Padilha. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião, Universidade do Estado do Pará, Belém, 2016.
NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Tradução: Yara Aun Khoury. Projeto História, Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 10, JUL./DEZ, 1993.
PRANDI, Reginaldo. Pombagira e as faces inconfessas do Brasil, (1996). Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/sociologia/prandi/>Acesso em: 30 ago. de 2020.
ROSA, Edilene do Socorro Silva. Da lamparina aos refletores: memórias e (in) performatividades em dança de salão de uma artista da Amazônia. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Artes, Instituto de Ciências da Arte, Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. Disponível em: <http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/12072>. Acesso em: 18 set. de 2020.
SARACENI, Rubens. Orixá Pombagira: fundamentos do mistério na Umbanda. 5. ed. São Paulo: Madras, 2015.
SCHECHNER, Richard. O que é performance? Tradução de Dandara. Revista O Percevejo, ano 11, n.12, 2003, p. 25-50.
SILVA, Anaíza Vergolino e. O Tambor das Flores: uma análise da federação espírita umbandistas e dos cultos afro-brasileiros no Pará (1965-1975). Belém: Paka-Tatu, 2015.
ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. Tradução de Jerusa Pires Ferreira, Maria Lúcia Diniz Pochat, Maria Inês de Almeida. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).