CONTAR HISTÓRIAS: COMUNICAÇÃO E TROCA DE SABERES PELO ARTESANATO DA PALAVRA ORALIZADA
Resumo
O objetivo deste artigo é refletir sobre a experiência de narrar histórias em sala de aula, analisando este ofício pelo viés da Comunicação, compreendida como troca vital para a relação entre pessoas e da interação simbólica, a partir dos estudos do sociólogo Herbert Blumer, que atravessam o fazer do narrador e lhe dão base para sua existência. Toda comunicação, para que assim seja, tem em si uma intencionalidade e o contador de histórias, como um comunicador competente e, por essência que é, tem clara intenção ao narrar uma história aos ouvintes. Para alcançar o objetivo, são utilizados elementos que tecem com os interlocutores uma rede de símbolos imagéticos e afetivos que fazem do narrar uma forma exemplar de comunicação, em diálogos e apropriações ressignificados no momento presente. Este estudo tomou como ponto de partida memórias e impressões de uma narradora oral, uma das autoras deste trabalho, construídas a partir da interação com os alunos/ ouvintes das escolas nas quais já atuou como professora-contadora de histórias.
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