PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA EM ATIVIDADES DIDÁTICAS PRODUZIDAS POR PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM FORMAÇÃO INICIAL: UMA PROPOSTA DE CATEGORIZAÇÃO DA NATUREZA E FUNCIONALIDADE
Resumo
Este artigo tem por objetivo descrever e analisar atividades didáticas produzidas por professores de língua portuguesa em formação inicial, a fim de propor uma categorização da Prática de Análise Linguística (PAL) em termos de sua natureza e funcionalidade. Para tanto, mobilizamos o conceito de PAL que engloba o “conjunto de atividades que tomam uma das características da linguagem como seu objeto: o fato de ela remeter a si própria” (GERALDI, [1991] 1997, p. 189) e que podem ser de natureza epilinguística ou metalinguística. O universo de análise compreende 18 atividades e 80 enunciados produzidos por professores, matriculados na disciplina de Análise e Produção de Material Didático, em um curso de Licenciatura em Letras – Português. Para análise dos dados foram empregados os procedimentos a seguir: i) identificação e análise qualitativa da natureza das atividades, ii) análise quantitativa da natureza dos enunciados que compunham cada uma das atividades, iii) identificação do nível de complexidade e domínio cognitivo correspondente a cada enunciado, iv) interpretação qualitativa dos achados, a fim de fornecer subsídios para o aperfeiçoamento da operacionalização dessa prática em contextos de formação de professores. Os resultados apontam três tipos de atividades: i) 38,8% contemplam apenas tarefas de metalinguagem com vistas à nomeação por identificação e classificação gramatical, sem que haja reflexão produtiva; ii) 38,8% contemplam tarefas de análise epi e metalinguísticas com vistas à reflexão sobre o uso e funcionamento da linguagem em um determinado tipo ou gênero de texto; e iii) 33% contemplam tarefas de análise epilinguísticas com vistas à reflexão sobre os recursos expressivos sem que haja conceituação por nomeação ou por teoria.
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