FUNÇÕES DA ESCRITA E PRÁTICAS DE LEITURA NO CLUB RIO CONTENSE (1902-1930)
Resumo
Este trabalho buscou identificar e analisar as funções da escrita e da leitura, bem como a sociabilidade que se estabeleceu em torno dessa produção no Club Rio Contense, entre os anos de 1902 e 1930. A instituição foi fundada em 1902 com o objetivo de ser espaço de sociabilidade dos indivíduos pertencentes à elite econômica, política e cultural, promovia também ações assistencialistas na cidade de Rio de Contas-Bahia. Trata-se de uma pesquisa histórica que utilizou e analisou documentos do Club que se encontram no Arquivo Público da cidade. Os estudos realizados no âmbito da história cultural, da história da educação e da cultura escrita orientaram a pesquisa teórica e metodologicamente. A pesquisa constatou que, no Club, a escrita e a leitura atendiam a especificidades próprias relacionadas às funções administrativas, financeiras, sociais e culturais. Além de realizar atividades de formação e instrução, realizou também obras assistencialistas em atendimento aos necessitados.
Referências
ARAKAWA, Maria de Lourdes Pinto e. As minas do Rio de Contas. 1 ed. Salvador: a autora, 2006.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo, Martim Claret, 2002.
CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Tradução Ephraim Ferreira Alves. Petropólis, RJ: Vozes, 1994.
CHARTIER, R. Cultura escrita, literatura e história: Conversas de Roger Chartier com Carlos Anaya, Jesús Anaya Rosique, Daniel Goldin e Antônio Saborit. Porto Alegre: Artmed, 2001.
CHARTIER, R. Os desafios da escrita. Tradução Fúlvia M. L. Moretto. São Paulo: UNESP, 2002.
CHARTIER, R.; CAVALLO, G. (Org.) História da leitura no mundo ocidental. São Paulo: Ática, 1998. (Coleção Múltiplas Escritas)
DARNTON, Robert. História da leitura. In: BURKE. Peter. (org). A escrita da História novas perspectivas. UNESP, 2ª ed. S. P., 1992. Tradução Magda Lopes.
FARIA FILHO. Luciano M. Cultura escolar e cultura urbana. Perspectivas de pesquisa em história da educação. In: XAVIER, Libânia N. et. al (Orgs.). Escola, culturas e saberes. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
FERREIRA, Tania M. T. B. da C. As bibliotecas cariocas: o Estado e a constituição do público leitor. In: PRADO, M. Emília (Org.). O Estado como vocação. RJ: ACCESS, 1999.
FRUTUOSO, Marcelo. Circulação de impressos e antilusitanismo em Rio de Contas, Bahia (1822-1831). In: BESSONE, Tânia et al.(Orgs.). Cultura escrita e circulação de impressos no oitocentos. São Paulo: Alameda, 2016.
GALVÃO, Ana Maria de O. et al. (Orgs.). História da cultura escrita: séculos XIX e XX. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
GALVÃO, Ana Maria de O. História das Culturas do Escrito: tendências e possibilidades de pesquisa. In: MARINHO, Marildes; CARVALHO, Gilcinei T. (Orgs.). Cultura escrita e letramento. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.
GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. Cordel: leitores e ouvintes. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
HÉBRARD, Jean. Alfabetização e acesso às práticas da cultura escrita de uma família do Sul da França entre os séculos XVIII e XIX: um estudo de caso. In: GALVÃO, Ana Maria de Oliveira et al. (Orgs.). História da cultura escrita: séculos XIX e XX. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
HÉBRARD, Jean. O autodidatismo exemplar. Como Jamerey-Duval aprendeu a ler?. In: CHARTIER, Roger. Práticas da leitura. SP: Liberdade, 1996.
IVO, Isnara Pereira. Homens de caminho: trânsitos culturais, comércio e cores nos sertões da América portuguesa. Séc. XVIII. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2012.
LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. A leitura rarefeita. SP: Brasiliense, 1991.
KALMAN, Judite. Escribir la plaza. México: Fondo de Cultura Econômica, 2003.
MARINHO, Simone Ramos. Club Rio Contense: sociabilidade, instrução e assistência no sertão republicano (Rio de Contas, 1902-1966). Doutorado em História, na UFBA, 2017.
NEVES, Erivaldo Fagundes. Uma comunidade sertaneja: da sesmaria ao minifúndio (um estudo de história local e regional). Salvador: EDUFBA; Feira de Santana: UEFS, 2008.
PIRES, Maria de Fátima Novaes. Fios da vida: tráfico interprovincial e alforrias. Escravos e ex-escravos nos sertoins de sima- Rio de contas e Caetité-BA (1860-1920). Tese (Doutorado), Programa de Pós-graduação em História Social, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
REIS, Joseni P. Meira. Letramento em uma instância religiosa: o caso do Centro Psychico de Caetité, Bahia (1905-1930). Tese (doutorado). Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018.
ROCHA, João Cezar. Elites no Brasil. In: DEL PRIORE, Mary (org.). Revisão do Paraíso: os brasileiros e o estado em 500 anos de história. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
SCHAPOCHNIK, Nelson. A leitura no espaço e o espaço da leitura. In: ABREU, Márcia; SCHAPOCHNIK, Nelson. (orgs.). Cultura letrada no Brasil: objetos e práticas. Campinas: Mercado das Letras, 2005.
SÉGUIER, Jayme de. Diccionário Prático Illustrado: novo Diccionário Encyclopédico Luso-Brasileiro, 2. ed. Porto: Livraria Chardron, 1928.
TAVARES, Luís Henrique Dias. Fontes para estudo da educação no Brasil-Bahia. Universidade do Estado da Bahia, 2ª edição, Salvador, 2001-2002.
VEIGA, Cynthia Greive. A escolarização como processo de civilização. Revista Brasileira de Educação, n.21, p.90-103, 2002.
VELOSO, Mariza; MADEIRA, Angélica. Leituras brasileiras. SP: Paz e Terra, 1999.
VIÑAO FRAGO, Antonio. Alfabetização na sociedade e na História: vozes, palavras e textos. Tradução Tomaz Tadeu da Silva et al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).