DESAFIOS METODOLÓGICOS DOS GRUPOS FOCAIS: REFLEXÕES SOBRE MEMÓRIA

Palavras-chave: Memória Social. Pecados das Memórias. Tempo. Grupo Focal.

Resumo

O presente artigo trata da caracterização e enquadramento metodológico de produção de memórias no uso dos grupos focais, enquanto técnica de investigação qualitativa. Será abordada a questão dos fatores que afetam o processo afetivo da memória em detrimento do aspecto da memória histórica no processo de discussão dos grupos focais e, por sua vez, a validade de seus resultados. O artigo bibliográfico está organizado em seções: a primeira apresenta as bases teóricas sobre os aspectos da memória social e seus sete pecados; a segunda explora a condição da temporalidade nesse campo de estudo e, a terceira destaca os grupos focais como técnica de pesquisa, passível da utilização multidisciplinar dessas teorias, enquanto percurso investigativo. Infere-se que o grupo focal, é uma técnica de processo interacional, voltado para o campo da memória que faz uso das reflexões sobre as emoções e os seus falseios.

Biografia do Autor

Margarete Panerai Araujo, Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL)

Pós-doutora em Administração Pública e de Empresas em Políticas e Estratégias pela Fundação Getúlio Vargas (FGV EBAPE/RJ) (2013). Pós-doutora em Comunicação Social, Cidadania e Região na UMESP nas Cátedras UNESCO de Comunicação e Gestão de Cidades. Doutora em Comunicação Social pela PUCRS (2004). Professora Visitante no Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Sociedade (PPGPS) na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). 

Salete Bavaresco, Universidade La Salle (Unilasalle)

Doutoranda do Programa de Memória e Bens Culturais da Universidade La Salle (Unilasalle). Mestra em Ciências Sociais pela PUCRS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Referências

ARISTÓTELES, On the Soul, Parva Naturalia, On Breath, trad. W.S. Hett, Cambridge (Mass) London: Harvard UP, 1957.

BACHELARD, G. A epistemologia. Lisboa: Edições 70, 2000.

. A filosofia do não. Lisboa: Abril Cultural, 1991.

. O novo espírito científico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.

BARBOUR, R. Grupos Focais. Porto Alegre: Artmed, 2009.

BARRONCAS, R. R. A memória, o esquecimento e o compromisso do historiador. Em Tempo de Histórias. Publicação do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília (PPGHIS/UnB) n. 21, ago. – dez. 2012. Disponibilidade em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/19842. Acesso em: 10 jan. 2019.

BORGES, J. L. Textos recobrados, 1919-1929. Buenos Aires: Emecé Editores, 1997.

BRAUDEL, F. Posições da história em 1950. In Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva, 1992.

CANDAU, J. Memória e identidade. 1. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2011.

CASTELA, M. S. A. de V. Processos de Monitorização na produção de falsas memórias: proposta de uma heurística temática. 2010. Universidade de Lisboa Faculdade de Psicologia. Disponibilidade em: em:http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2795/1/ulfp037542_tm.pdf. Acesso em: 10 jan. 2019.

CATROGA, F. Memória, História e Historiografia. Coimbra: Quarteto, 2001.

DESAULNIERS, J. B. R. O tempo e a construção de saberes científicos. In Cadernos do Projecto Museológico. Santarém: Editora da Escola Superior de Santarém, n. 26, 1997.

FLICK, U. Qualidade na pesquisa qualitativa. Coleção Pesquisa Qualitativa (Coordenação de Uwe Flick). Porto Alegre: Bookman, Artmed, 2009.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

GONDAR, J. Cinco proposições sobre memória social. Morpheus, Rio de Janeiro, v. 9. n. 15, p. 19-40, 2016. Disponibilidade em:

http://www.seer.unirio.br/morpheus/article/view/5475 . Acesso em: 10 jan. 2019.

GONDIM, S. M. G. Grupos focais como técnica de investigação qualitativa: desafios metodológicos. Paidéia, v.12. n.24, p. 149-161, 2003. Disponibilidade em: https://www.scielo.br/j/paideia/a/8zzDgMmCBnBJxNvfk7qKQRF/?lang=pt. Acesso em: 10 jan. 2019.

HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Centauro,1993.

JOHN, D. A ressignificação da história de vida: temporalidade e narrativa no percurso da análise. 2006. Tese. São Paulo. (Doutorado) Pontifícia Universidade Católica. Disponibilidade em: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/15504. Acesso em: 10 jan. 2019.

LE GOFF, J. História e memória. Tradução Bernardo Leitão [et al.] -- Campinas, SP. Editora da UNICAMP, 1990. (Coleção Repertórios) Tradução de: Storia e memória.

FERRO, M. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

KANT, I. Crítica da Razão Pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1997.

LÉVI-STRAUSS, C. Des Symboles et Leurs Doubles Paris: Plon,1952.

MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde (13ª Ed). São Paulo, SP: Editora Hucitec, 2013.

PEREIRA, M. A.; CARVALHO, E. Boaventura de Sousa Santos: por uma nova gramática do político e do social. Lua Nova, São Paulo, v. 1. N. 73, p.189-197, 2008. Disponibilidade em: http://www.scielo.br/pdf/ln/n73/n73a02.pdf. Acesso em: 10 jan. 2019.

RICOEUR, P. Memória, História, Esquecimento. A versão original desta conferência foi escrita e proferida em inglês a 8 de março de 2003 em Budapeste sob o título Memory, history, oblivion no âmbito de uma conferência internacional intitulada “Haunting Memories? History in Europe after Authoritarianism”. Disponibilidade em: http://www.uc.pt/fluc/uidief/textos_ricoeur/memoria_historia. Acesso em: 10 jan. 2019.

SANTAYANA, G. The Life of Reason or the Phases of Human Progress, Introduction and Reason in Common Sense, New York, Scribner’s. [rcs], 1905.

SCHACTER. D.L. The Seven Sins of Memory. Insights From Psychology and Cognitive Neuroscience. Harvard University. Manual de Psicologia Cognitiva. 7.Ed. 1999. Disponibilidadeem: https://scholar.harvard.edu/files/schacterlab/files/schacter_american_psychologist_1999.pdf. Acesso em: 10 jan. 2019.

VEYNE, P. Como se escreve a história. Foucault revoluciona a história. Brasília:

Editora UnB, 1998.

Publicado
2022-04-08