EDUCAÇÃO INFANTIL COMO CULTIVO DE SAÚDE E APRENDIZADO NO CONVÍVIO: PENSANDO COM O NOVO CORONAVÍRUS

Palavras-chave: Subjetividade. Covid-19. Pedagogia Waldorf. Saúde; Teoria Ator-Rede.

Resumo

O presente artigo faz reflexões sobre educação e saúde, a partir dos resultados de uma pesquisa em psicologia social que acompanhou práticas socioeducativas de um Jardim de Infância Waldorf. O dispositivo desta pesquisa, orientada pela Teoria Ator-Rede (TAR), aliou o trabalho etnográfico no cotidiano escolar aos elementos da tecelagem como modo de pesquisar (TeAR). A metodologia operou com imagens que levaram a pensar através do enlace entre uma prática educativa e os elementos de uma artesania. Com esse artigo, modos de pesquisar e produzir subjetividade em tramas foram tecidos de maneira articulada, encarnada, permeável e distribuída. Agora, frente à crise sanitária, vem afirmar a potência dessa prática educativa e a importância de considerar o que tece subjetividades para pensar nos novos desafios. Cultivo de saúde, valorização de vínculos e formas inventivas de aprendizado no convívio podem ser pensadas com o novo coronavírus.

Biografia do Autor

Tereza de Magalhães Bredariol, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutora em Psicologia Social. Pesquisadora no Laboratório afeTAR - Unidade de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UDT/ UERJ).

 

Monique Araújo de Medeiros Brito, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Doutora em Psicologia Social. Psicóloga e professora no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CCS/ UFRB).

Alexandra Cleopatre Tsallis, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutora em Psicologia Social. Psicóloga e professora no Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IP/ UERJ).

Referências

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Publicado
2022-07-05