PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES SURDOS SOBRE O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO EM ESCOLA COMUM E ESCOLA BILÍNGUE

Palavras-chave: Bilinguismo. Surdos. Inclusão.

Resumo

Este estudo investigou as percepções de estudantes surdos e abordagens educacionais no processo de escolarização da educação básica à universidade. Os participantes da pesquisa foram quatro estudantes surdos: dois egressos de escola de educação básica bilíngue e dois de escola comum. O estudo é qualitativo/descritivo. Na coleta de dados foi utilizada entrevista não estruturada, filmada e, para a transcrição, o profissional intérprete de Libras traduziu a Libras para a língua portuguesa. A Análise de Conteúdo nos permitiu dados para categorias. Essa pesquisa evidenciou a necessidade de transpor desafios, como a construção de acepções mais claras sobre metodologias para o estudante surdo que constrói toda sua experiência cognitiva por meio da língua visuoespacial e conteúdos imagéticos. Nesse sentido, a escola bilíngue considera essas especificidades para o desenvolvimento cognitivo do estudante surdo, enquanto que a comum precisa repensar suas práticas pedagógicas para garantia da inclusão

 

Biografia do Autor

Claudia Aparecida Prates, Instituto Federal de Educação - IFRO

Mestra em Educação Escolar pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e Doutoranda em Educação (UNESP/Campus de Marília). 

Carla Cristine Tescaro Santos Lino , Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP Campus de Marília

Mestra em Ensino de Linguagens e suas Tecnologias (UNOPAR) e Doutoranda em Educação (UNESP/Campus de Marília).

Referências

Referências
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. [Trad. Maria E. Galvão e revisão por Marina Appenzeller]. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2011. p. 218.
BATTISON, R. Lexical borrowing in American Sign Language. Silver Spring, MD: Linstok, 1978.
BEYER, Hugo Otto. Da integração escolar à educação inclusiva: implicações pedagógicas. In Baptista, Cláudio Roberto...[et al]. Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Editora Mediação, 2006.
BRITO, L. F. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.

BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005– Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras. Brasília: Senado Federal, 2005.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 – Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Brasília: Senado Federal, 2002.
BRASIL. Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010– Regulamenta a profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais - Libras. Brasília: Senado Federal, 2010.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho 2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência. Brasília: Senado Federal, 2015.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva – Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 7 de janeiro de 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso em 15 abril de 2020.
CAMPELLO, A. R. S. Pedagogia Visual / Sinal na Educação dos Surdos . In: Quadros, R.M. de.; Pelin, G. (orgs). Estudos Surdos II. Petrópolis: Arara Azul. p. 100-131, 2007.
DUTRA, C. P. A política da educação especial na perspectiva da educação inclusiva e a educação de estudantes surdos. Revista virtual de Cultura Surda e Diversidade, n. 3, p. 01-01, 2008. Disponível em: www.editora-arara-azul.com.br/revista. Acesso em 22 abr. 2020.
FELIPE, T. A. Libras em contexto: Curso básico. Manual do professor/instrutor. Brasília: Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos, MEC, SEESP, 2001.
FERNANDES, E. Linguagem e surdez. Porto Alegre. Editora Artmed, 2003.
FERNANDES, S., & MOREIRA, L. C. Desdobramentos politico-pedagógicos do bilinguismo para surdos: reflexões e encaminhamentos. Revista de Educação Especial, 22(34), p. 225-236, 2009.
GIL,A. C.Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2010.

GOMES, C. O lugar do sujeito na inclusão escolar: percalços e fracassos nas relações de subjetivação. Tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Centro de Ciências da Vida, Pontifícia Universidade Católica, Campinas, São Paulo, 2010.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

KELMAN, Celeste Azulay et al. Surdez e família: facetas das relações parentais no cotidiano comunicativo bilíngue. Linhas Críticas, Brasília, v. 17, n. 33, p. 349-365, maio/ago. 2011.
LACERDA, Cristina B. Intérprete de Libras: em atuação na educação infantil e no ensino fundamental/Porto Alegre: Mediação/FAPESP, 2017.
LACERDA, C.B.F.; MANTELATTO, S.A.C. As diferentes concepções de linguagem na prática fonoaudiológica junto a sujeitos surdos. In: LACERDA, C.B.F.; NAKAMURA, H.; LIMA, M.C. (Org.). Fonoaudiologia: surdez e abordagem bilíngue. São Paulo: Plexus, 2000. p. 21-41.legre: Mediação, 2002.
LEBEDEFF, T. B. A educação dos surdos na região do planalto médio rio-grandense: uma problematização das condições linguísticas e de escolarização. In Reunião Anual da ANPED, 33., 2010, Caxambu, MG. AnaisL Rio de Janeiro: ANPED, 2010.
QUADROS, R. M; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
QUADROS, R. M; CRUZ, C. R. Língua de sinais brasileira: instrumentos de avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2011.
LODI, A. C. B.; LACERDA, C. B. F. A inclusão escolar bilíngue de estudantes surdos: princípios, breve histórico e perspectivas. In A. C. B. Lodi, & C. B. F. Lacerda. (Orgs.). Uma escola, duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. Mediação, Porto Alegre, 2009.
LOPES, M. C. Surdez & Educação. Belo Horizonte : Autêntica, 2007.

LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MACHADO, Rosângela. Educação inclusiva: revisar e realizar a cultura escolar. In: MANTOAN, Maria Teresa Eglér. (Org.) Petrópolis: Vozes, 2008. P. 69 - 75
MANZINI, E. J. Política de educação especial: considerações sobre público-alvo, formação de professores e financiamento. Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 22, n. Esp. 2, p. 810-824, 2018. DOI: 10.22633/rpge.unesp.v22.dez.2018.11914.
MANZINI, E. J. Uso da Entrevista em dissertações e teses produzidas em um programa de Pós-Graduação em Educação. Revista Percurso - NEMO Maringá, v. 4, n. 2, p. 149- 171, 2012.
OLIVEIRA, A. A. S. Formas de organização escolar: desafios na construção de uma escola inclusiva. In: OMOTE, S. Inclusão: intenção e realidade. Marília, SP: Fundepe Publicações, 2004.
OSÓRIO, A. C. do N. Escolarização: práticas sociais, culturais e pedagógicas – fragmentos de uma realidade seletiva. In Das margens ao centro: perspectivas para as políticas e práticas educacionais no contexto da educação especial inclusiva. MENDES, E. G.; ALMEIDA, M. A. (orgs.). Araraquara, SP : Junqueira & Marin, 2010.

POKER, R. B. Troca simbólica e desenvolvimento cognitivo em crianças surdas: uma proposta de intervenção educacional. Tese de Doutorado. UNESP, Marília, 2002.

RIBEIRO, C. B. Narrativas e processos de desenvolvimento bicultural: trajetórias escolares de surdos jovens e adultos. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
ROPOLI, Edilene Aparecida et.al. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva. Brasília, 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12625&Itemid=860. Acesso em: 15 de abril de 2020.
SACKS, O. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Companhia das Letras, São Paulo, 2010.
SAMPAIO, Isabel S.; SANTOS, Acácia A. A. Leitura e redação entre universitários: Avaliação de um programa de intervenção. Revista Psicologia em estudo, Maringá, v 7, n. 1, p. 31-38, jan./jun. 2002.
SANT’ANA, I. M. Educação Inclusiva: Concepções de professores e diretores. Psicologia em Estudo, 10(2), 227- 234, 2005.
SERRÃO, M.I. B. Aprender a ensinar: a aprendizagem do ensino no curso de Pedagogia sob o enfoque histórico cultural. São Paulo: Cortez, 2006.
SILUK, A.C.P.(org.) Formação de professores para o atendimento educacional especializado. Universidade Federfal de Santa Maria. Santa Maria, RS, 2012.
SKLIAR, C. La educación de los sordos. Uma reconstrucción histórica, cognitiva y pedagógica. Mendoza: Editora Universal de Cuyo. Serie Manuales, 1997.
STROBEL, K. L; FERNANDES, S. Aspectos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais. Curitiba: SEED/SUED/DEE, 1998.
STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.

TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais- a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: editora Atlas, 1987.

UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília, DF: CORDE, 1994.
UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos: Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem.Tailândia, 1990.
VITALIANO, C. R. Educação inclusiva e as reconstruções necessárias no processo de formação de professores. In Inclusão: debates em diferentes contextos. LIMA, A. M. de S. (et al). Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2013.
Publicado
2021-07-13