A EXISTÊNCIA DE QUATORZE (14) IDENTIDADES SURDAS

Vilmar Fernando Carvalho; Ana Regina e Souza Campello

Vilmar Fernando Carvalho Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) https://orcid.org/0000-0003-3755-2098
Ana Regina e Souza Campello Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) https://orcid.org/0000-0003-1464-9524

Palavras-chave: Surdez. Identidade Surda. Libras.

Resumo

Apresentamos um estudo teórico sobre as possíveis identidades surdas existentes, com o objetivo de esclarecer a existência de várias identidades de acordo com o tempo-espaço. Metodologia: trata-se de uma pesquisa bibliográfica. O referencial teórico utilizado consiste em livros, artigos, dissertações e teses escolhidos por estarem articulados ao tema em questão, cujos principais autores utilizados foram: Merlim (1998), Quadros e Karnopp (2004), Lima (2015), Santana e Bergamo (2005), Strobel (2008), Sassaki (2002), entre outros autores. Resultados: A existência de 14 (quatorze) diferentes identidades surdas são bastante complexas e diversificadas. Foram apresentadas as sete identidades surdas, classificadas por Perlin (1998), e nas pesquisas, encontramos outras identidades surdas, dentre as quais: Identidade Surda com AASI. Identidade Surda com IC; identidade étnica dos surdos; Língua de sinais Ka'apor brasileira (LSKB), utilizada pelos índios Urubu-Ka'apor no Estado do Maranhão E outras línguas de sinais emergentes: guarani que recentemente estão sendo catalogados nas literaturas de língua de sinais e sua relação coma identidade surda Identidade Negra Surda; Identidade Surda Unilateral e Identidade Surdacega. Conclusão: Portanto, conclui-se que a identidade surda não é estável, está continuamente em transformação conforme suas particularidades de cada identidade que com o tempo vão surgindo.

Biografia do Autor

Vilmar Fernando Carvalho, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

Mestre em Linguística (UFSC). Graduação em Letras Libras. Professor de Libras da UTFPR.

Ana Regina e Souza Campello, Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES)

Doutora em Educação (UFSC). Graduação em Pedagogia. Professora de Ensino Superior do DESU / INES.

Referências

BERNARDES, Raquel. Implante coclear e sua relação com a identidade do implantado: expectativas e possibilidades. VI Seminário Nacional de educação especial, Uberlândia (MG) 08 a 12 dez. 2014. Disponível em: . Acesso em: 24 mai. 2019.
BRASIL. Lei 10.436/02 de 24 de abril de 2002. Lei de Libras. Disponível em: . Acesso em: 04 jun. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Núcleo da Educação Inclusiva. O que é Libras. Disponível em: . Acesso em: 05 jun. 2019.
CAMPELLO, A. R. Pedagogia visual na educação dos surdos. 2008. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2008.
FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS (FATEC). Classificadores. Disponível em: . Acesso em: 05 jun. 2019.
FERREIRA, Priscilla Leonnor Alencar. O ensino de relações étnico-raciais nos percursos de escolarização de negros surdos na educação básica. Mestrado (Dissertação) - Pós-Graduação em Ensino da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Vitória da Conquista, Bahia, 2018.
FREITAS, E. F. de. Libras, abordagem teórica. Disciplina curricular Libras (Língua Brasileira de Sinais). Instituto Federal De Educação, Ciência E Tecnologia Baiano - Curso De Licenciatura em Ciências da Computação e Curso de Licenciatura em Ciências Agrárias. Senhor do Bonfim – BA, 2015.

FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL (FCEE). Disponível em: . Acesso em: 06.jun. 2019.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
INSTITUTO NACIONAL DE SURDOS (INES). A história da educação do surdo. Disponível em: http://ines.gov.br/conheca-o-ines>. Acesso em: 05 jun. 2019.
LEITE, T. de A. Língua, identidade e educação de surdos. Revista do núcleo de antropologia urbana da USP. Disponível em: . Acesso em: 30 mai. 2019.
LIMA, M. A. dos Santos. Educação bilíngue, identidades e culturas surdas: em busca de um norte em Cruzeiro do Sul. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação – FACED, Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Manaus, 2015. Disponível em: . Acesso em: 29 mai. 2019.
LUCHI, M. Interpretação de descrições imagéticas. Dissertação (Mestrado) - Florianópolis: UFSC, 2013.
LOBATO, L. Kaapor: a outra língua de sinais brasileira. Disponível em: . Acesso em: 29 mai. 2019.
LOBO, L. F. A inclusão institucional. In: ______. Os Infames da história: pobres, escravos e deficientes no Brasil. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008. p. 333-431.
MAHER, T. M. Sendo índio em português.... In: SIGNORINI, I. (Org.). Língua(gem) e identidade. Campinas: Mercado das Letras/FAPESP/FAEP, 2001.
MONDELLI, M. F. C. G. VENTURA, L. M. P. V. FENIMAN, M. R. Ocorrência de perda auditiva unilateral em pacientes com fissura labiopalatina. Re. Cefac., nov /dez. 2013.
MOREIRA, P. P. Deficiência auditiva unilateral. Disponível em: . Acesso em: 31 mai. 2019.
MÜLLER, J. I. Marcadores culturais na literatura surda: constituição de significados em produções editoriais surdas. 2012. 175 p. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2012.
NAKASATO, Ricardo Quiotaca. Desenvolvimento da Cultura Surda no Currículo de escolas Bilíngues para Surdos: a fala de professores Surdos. Mestrado em Educação. PUC – São Paulo. 2019.
OLIVEIRA, P. M. T. História da educação dos surdos no Brasil. (2004). Disponível em: http://www.cts.org.br/download/Historia.pdf/. Acesso em: 05 jun. 2019..
PERLIN, G. T. T. Identidades surdas. In: SKLIAR, C. (Org.). A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998.
PERLIN, G.; STROBEL, K. Fundamentos da educação de surdos. Florianópolis, 2006.
PESAVENTO, S. J. História e história cultural. Belo horizonte: Autêntica, 2005.
QUADROS, R.; KARNOPP, L. Língua de Sinais Brasileira: Estudos Linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
RIBEIRO, L. M; RASERA, E. F. Os idosos e o uso de próteses auditivas: identificando os repertórios interpretativos que justificam essa decisão. Psicologia e Sociedade, Florianópolis, v. 20, n. 3, 2008.
ROSE, A. (Org.). Human behavior and social processes: an interactionist approach. Boston: Houghton Mifflin Company, 1962.
RUSKI, R. Identidade surda: alguns nasceram surdos, outros por problemas na gestação. Revista correio Brasiliense. Disponível em: . Acesso em: 30 mai. 2019.
SANTANA, A. P.; BERGAMO, A. Cultura e identidade surdas: encruzilhada de lutas sociais e teóricas. Educ. Soc., Campinas, v. 26, n. 91, p. 565-582, mai./ago. 2005. Disponível em: http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em 22 mai. 2019.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Nomenclatura na área da surdez. (2002). Disponível em: SILVA, S. C., ARAÚJO, A., CASTELAR, M., and MENDES, N. As contribuições da psicologia na educação de surdos: o caso do Centro de Educação Especial do Estado da Bahia. In: DÍAZ, F., et al., orgs. Educação inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas [online]. Salvador: EDUFBA, 2009, pp. 171-190. Disponível em: http://books.scielo.org/id/rp6gk/pdf/diaz-9788523209285-17.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2019.
STOKOE, W.C. Semiotics and human sign language. Mouton: The Hague, 1972.
STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: EDUFSC, 2008.
TORRES, E. F. MAZZONI, A. A. MELLO, A. G. Nem toda pessoa cega lê Braille nem toda pessoa surda se comunica em língua de sinais. Educação e Pesquisa, São Paulo, v 33, n2, p 369 - 385 maio/ago. 2007.
VEDOATO, S. C. M. Relações entre surdez, raça e gênero no processo de escolarização de alunos surdos do Paraná. f. 66. Dissertação (Mestrado) - Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2015.
WRIGLEY, O. A política da surdez. Washington: Gallaudet University Press, 1996.