JOVENS COM TRAJETÓRIAS DESIGUAIS DE ESCOLARIZAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM O SABER
Resumo
Esse artigo apresenta os resultados de um estudo realizado com jovens com trajetórias desiguais de escolarização, marcadas por reprovações e evasão escolar. A pesquisa foi realizada com o objetivo de compreender como esses estudantes se apropriavam dos conhecimentos que fazem parte do currículo escolar e em que medida a organização pedagógica do projeto de correção de fluxo escolar influenciou na reconfiguração da relação dos jovens com o saber. Como procedimentos de pesquisa foram realizadas observações não participantes nas aulas do projeto e uma seção de grupo focal com estudantes. O material discursivo gerado pelo grupo focal e pelo diário de campo foi analisado com base no arcabouço conceitual e metodológico da análise do discurso. Identificamos que a ampliação da participação em sala de aula, a dinamização da prática pedagógica, a contextualização curricular e os vínculos com as professoras da classe de correção de fluxo escolar contribuíram para desencadear relações de maior envolvimento com o saber transmitido pela escola.
Referências
ARROYO, Miguel. A escola é importantíssima na lógica do direito à educação básica. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). A escola tem futuro? Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2007.
BRENNER, Ana Karina; CARRANO, Paulo César Rodrigues. Os sentidos da presença dos jovens no ensino médio: representações da escola em três filmes de estudantes. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 35, n. 129, p. 1223-1240, out./dez., 2014.
CARRANO, Paulo Cesar Rodrigues; MARINHO, Andreia Cidade; OLIVEIRA, Viviane Netto Medeiros de. Trajetórias truncadas, trabalho e futuro: os jovens fora de série na escola pública de ensino médio. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. especial, p. 1439-1454, dez., 2015.
CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000.
_________________ Os jovens e o saber: perspectivas mundiais. Porto Alegre: Artmed, 2001.
_________________ Relação com o saber, formação dos professores e globalização: questões para a educação hoje. Porto Alegre: Artmed, 2005.
CORTI, Ana Paula. Ser aluno: um olhar sobre a construção social desse ofício. In: DAYRELL, Juarez; CARRANO, Paulo; MAIA, Carla Linhares (Org.). Juventude e ensino médio: sujeitos e currículos em diálogo. Belo Horizonte: UFMG, 2014.
DAYRELL, Juarez; NOGUEIRA, Paulo Henrique de Queiroz; MIRANDA, Shirley Aparecida de. Uma introdução: juventude ou juventudes? In: CORTI, Ana Paula et al. Cadernos de reflexões: Jovens de 15 a 17 anos no Ensino Fundamental. Brasília, DF: Via Comunicação, 2011.
DAYRELL, Juarez; CARRANO, Paulo Cesar. Juventude e ensino médio: quem é este aluno que chega à escola. In: DAYRELL, Juarez; CARRANO, Paulo; MAIA, Carla Linhares (Org.). Juventude e ensino médio: sujeitos e currículos em diálogo. Belo Horizonte : UFMG, 2014.
FANFANI, Emílio. Culturas jovens e Cultura escolar. Documento apresentado no seminário Escola jovem: um novo olhar sobre o Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000.
GATTI, Bernardete Angelina. Grupo Focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília, DF: Liber, 2005.
ORLANDI, Eni. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2001.
ORLANDI, Eni. Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos. Campinas: Pontes, 2012.
PEREGRINO, Mônica. Juventude e escola: elementos para a construção de duas abordagens. In: DAYRELL, Juarez; MOREIRA, Maria Ignez Costa; STENGEL, Márcia (Org.). Juventudes contemporâneas: um mosaico de possibilidades. Belo Horizonte: PUC Minas, 2011.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).