“GRUPOS DE MULHERES” E EDUCAÇÃO NÃO FORMAL: ESPAÇOS DE CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA

Palavras-chave: Educação não formal. Artesanato. Mulheres artesãs. Socialização.

Resumo

Este artigo discute processos de aprendizagem construídos em espaços coletivos fora de estruturas escolares formais. A partir da análise do trabalho de mulheres reunidas em grupos de atividade artesanal, identifica-se a transmissão de conhecimento juntamente com processos de socialização e construção identitária, típicos da educação não formal. O estudo tomou por base a análise de entrevistas de 29 mulheres integrantes de “Grupos de Mulheres”, organizados para atividade artesanal, em um município da Região Metropolitana do Vale do Paraíba Paulista. Uma análise automática lexical das entrevistas foi feita por meio do software ALCESTE©. Os resultados mostram um conjunto de classes de discurso relacionadas às origens e finalidades dos grupos, aos processos de produção artesanal coletiva, às formas de participação e às trajetórias de vida das integrantes dos grupos. Um processo de educativo oamplo – cognitivo, psicológico e social – associado à atividade dos Grupos de Mulheres emerge das análises realizadas.

Biografia do Autor

Edna Maria Querido de Oliveira Chamon, UNESA

Doutora em Psicologia - Université de Toulouse II (Le Mirail). Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação – (PPGE – UNESA).

Zilda Regina Souza, UNITAU

Mestre em Desenvolvimento Humano  (UNITAU). Assistente Social na Prefeitura Municipal de São José dos Campos.

Leonor M. Santana, UNESA

Doutoranda em Educação – UNESA. Assessora Pedagógica – EAD – EPTS/UNITAU.

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Publicado
2020-03-31