“GRUPOS DE MULHERES” E EDUCAÇÃO NÃO FORMAL: ESPAÇOS DE CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA
Resumo
Este artigo discute processos de aprendizagem construídos em espaços coletivos fora de estruturas escolares formais. A partir da análise do trabalho de mulheres reunidas em grupos de atividade artesanal, identifica-se a transmissão de conhecimento juntamente com processos de socialização e construção identitária, típicos da educação não formal. O estudo tomou por base a análise de entrevistas de 29 mulheres integrantes de “Grupos de Mulheres”, organizados para atividade artesanal, em um município da Região Metropolitana do Vale do Paraíba Paulista. Uma análise automática lexical das entrevistas foi feita por meio do software ALCESTE©. Os resultados mostram um conjunto de classes de discurso relacionadas às origens e finalidades dos grupos, aos processos de produção artesanal coletiva, às formas de participação e às trajetórias de vida das integrantes dos grupos. Um processo de educativo oamplo – cognitivo, psicológico e social – associado à atividade dos Grupos de Mulheres emerge das análises realizadas.
Referências
BATAILLE, M. et al. Représentations sociales, représentations professionnelles, systèmes des activités professionnelles. L’Année de la recherché en sciences de l’éducation, 1997. p. 57-89.
BERGER, P.L.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade. Tratado de Sociologia do conhecimento. Petrópolis Editora: Vozes, 2003.
CHAMON, E.M.Q.O.; SALES, A.C.M. Análise de um modelo para a formação de professores e suas aplicações. Educ. rev., Curitiba , n. 45, p. 167-184, Sept. 2012
DUBAR, C. A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FREIRE, P. Educação e mudança. Trad. Moacir Gadotti e Lillian Lopes Martins. 29 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
FRIGOTTO, G., CIAVATTA, M.; RAMOS, M. O trabalho como princípio educativo no projeto de educação integral de trabalhadores. In: COSTA, H.; CONCEIÇÃO, M. (Org.). Educação integral e sistema de reconhecimento e certificação educacional e profissional. São Paulo: CUT, 2005. p. 19-62.
GOHN, M. G. Educação não formal nas instituições Sociais. Revista Pedagógica, Chapecó, v. 18, n. 39, p. 59-75, set./dez. 2016. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/3615/2053. Acesso em 20/02/2020.
GOHN, M. G. Teorias dos movimentos sociais. Paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 1997.
HALL, S. A identidade cultural na pós modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
JOVCHELOVITCH, S. Os contextos do saber: representações, comunidade e cultura. Trad. Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis: Vozes, 2008.
LIMA, L.M.G; FERNANDES, R.S.Apresentação do Dossiê “Educação não formal: abordagens teórico-conceituais e práticas sociais e comunitárias”. Revista de Ciências da Educação, Americana, ano XIX, n. 38, p. 11-15, out. 2017.
MARANDINO, M. Faz sentido ainda propor a separação entre os termos educação formal, não formal e informal? Ciência & Educação, Bauru, v. 23, n. 4, p. 811-816, Dec. 2017.
MARQUES, J.B.V.; FREITAS, D. Fatores de caracterização da educação não formal: uma revisão da literatura. Educ. Pesqui., São Paulo , v. 43, n. 4, p. 1087-1110, dez. 2017 .
REINERT, M. Les "mondes lexicaux" et leur "logique" à travers l'analyse statistique d'un corpus de récits de cauchemars. Langage et Société, v. 66, 1993, p. 5-39.
SOUZA, Z.R. Desenvolvimento Humano: Café e afeto nas construções identitárias dos Grupos de Mulheres de São Francisco Xavier.2012. Dissertação (Desenvolvimento Humano). Universidade de Taubaté Taubaté, 2012.
TEIXEIRA, B. Mulheres e o consumo de benzodiazepínicos em São Francisco Xavier: Discussões sobre uma proposta alternativa. 2004. 78 f. Dissertação (Mestrado) UNIVAP, São José dos Campos, 2004. Disponível em: http://biblioteca.univap.br/dados/000000/000000D9.pdf. Acesso em 20/02/2020.
TAP, P. Crise personnelle et conflits d'intégration sociale. In: TOUATI, A. (ed.). Conflits: origines, évolutions, dépassement. Marseille: Hommes et perspectives, 1990. p. 35-49.
TOMASSELLO, M.; KRUGER, A. C. Aprendizagem Cultural e Cultura da Aprendizagem. In OLSON, D. R.; TORRANCE, N. (Org.). Educação e Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).