CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DO RECONHECIMENTO DE AXEL HONNETH PARA A PESQUISA DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS
Resumo
Este trabalho apresenta alguns elementos da teoria do reconhecimento proposta pelo filósofo alemão Axel Honneth, filiado à teoria crítica da Escola de Frankfurt. Ao longo do texto demonstramos como a teoria desenvolvida por este estudioso contribui para a análise da situação dos povos tradicionais, minorias étnicas ou de qualquer outro segmento social. Situamos a teoria do reconhecimento em suas três dimensões, evidenciando como em cada dimensão a situação das comunidades quilombolas no presente vai se materializando, considerando que cada dimensão do reconhecimento elaborada por Honneth, corresponde a uma forma de desrespeito, quando os sujeitos não se veem reconhecidos numa comunidade de valores ou entre os seus pares, assim o respeito denegado, torna-se a mola que impulsiona surgimento dos movimentos sociais. Assim, realizamos uma síntese dos elementos que se apresentam nas lutas das comunidades quilombolas para mostrar a aplicabilidade dessa teoria no que diz respeito aos direitos que historicamente foram negados a esses coletivos.
Referências
ARRUTI, José Maurício. Mocambo: antropologia e história do processo de formação quilombola. Bauru, SP: EDUSC, 2005.
________, José Maurício. Conceitos, normas e números: uma introdução à educação escolar quilombola. Revista Contemporânea de Educação, vol. 12, n. 23, jan/abr de 2017.
BARTH, Fredrik. O Guru, o Iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2000.
BRESSIANI, N. Economia, cultura e normatividade. O debate de Nancy Fraser e Axel Honneth sobre redistribuição e reconhecimento. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
_________. Luta por reconhecimento e diagnóstico de patologias sociais. In: MELO, Rurion. A teoria do reconhecimento de Axel Honneth: Reconhecimento, liberdade e justiça. São Paulo: Saraiva, 2013.
FRASER, N. What`s Critical About Critical Theory? The case of Habermas and Gender. In: Unruly Pratices. Power, Discourse and Gender in Contemporary social theory. Minneapolis: University of Minneapolis Press, 1985.
GOMES, Flávio dos Santos. Mocambos e quilombos: uma história do campesinato negro no Brasil. São Paulo: Claro Enigma, 2015.
HEGEL, H. F. Jenaer Realphilosophie. Hamburgo, 1969.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais.Trad: Luis Repa. São Paulo: Ed.34, 2003.
MEAD, George Herbert. Movements of Thought in the Nineteenth century. Chicago, 1972.
MELLO, Marcelo Moura. Reminiscências dos Quilombos: território da memória em uma comunidade negra rural. São Paulo: Terceiro Nome, 2012.
PEREZ GOMEZ, A. I. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Trad. Ernani Rosa. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org). Alienígenas na sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).