POLÍTICA E SUBJETIVAÇÃO: PARA UMA CONVERSA ENTRE CURRÍCULO E DIDÁTICA
Resumo
Neste artigo abordo os campos da Didática e do Currículo, tomando-os como movimentos políticos, não como arenas dinamizadas internamente. Penso tais movimentos como motivados por responder a anseios sociais mais amplos. Baseado nos pensamentos de Laclau e Derrida, leio os campos em questão como cadeias equivalências, sustentadas pela articulação de demandas diferenciais que, em função de algo interpretado como ameaçador, constituem-se como comunidades políticas. Nesses campos, chamo a atenção para uma leitura de sujeito que tende a ser concebida no horizonte moderno e iluminista. Argumento que tal leitura tende a ser delineada sob o olhar estrutural e proponho uma crítica à leitura crítico-estrutural que tende a informar as dinâmicas teóricas nos pensamentos didático e curricular. Defendo a oportunidade de pensarmos, por vias pós-estruturais, uma leitura de subjetivação como precipitação contingente e provisória, como identificação na luta política em que se constitui o currículo como espaço-tempo de fronteira, como produção discursiva.
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