LEVANTAMENTO DOS COLETIVOS DE ESTUDANTES NEGROS/AS UNIVERSITÁRIOS/AS DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (2014 – 2020)

Palavras-chave: Coletivos Negros. Movimentos Negros. Racismo Epistemológico.

Resumo

As universidades públicas tem sido ocupadas pelos Movimentos Negros, tornando-se cenário de lutas por processos de formação profissional e de produção científica que estejam permeados dos saberes da população negra. Os Coletivos de Estudantes Negros/as Universitários/as, herdeiros desses Movimentos, são núcleos que promovem processos educativos próprios no interior das universidades. Buscamos, neste artigo, apresentar um levantamento dos Coletivos de Estudantes Negros/as de todas as universidades públicas do Estado do Rio de Janeiro, instituídos entre 2014 e 2020. A pesquisa utilizou páginas do Facebook e questionário do Google Forms para identificar quantos grupos existem, quais os seus nomes, anos de surgimento, instituições em que estão situados e ações desenvolvidas. Nosso objetivo foi apresentar um panorama da presença dos Coletivos Negros nas universidades, destacando o volume com que emergiram esses grupos na última década e como têm contribuído para o processo de enfrentamento ao racismo epistemológico.

Biografia do Autor

Lia Keller Ferreira da Costa, Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Mestre em Políticas Sociais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil. Graduada em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Referências

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. Brasil: Pólen Livros, 2019.

BERNARD, H. R. Research methods in anthropology: qualitative and quantitative approaches. Lanham, MD: AltaMira Press, 2005.

BERNARDINO-COSTA, Joaze. Decolonialidade, Atlântico Negro e intelectuais negros brasileiros: em busca de um diálogo horizontal. Sociedade e Estado, Brasília, v. 33, n. 1, p. 117-135, 2018.

BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União: 23 dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394compilado.htm. Acesso em: 07 jun. 2023.

BRASIL. Lei n.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial da União: 10 jan. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 07 jun. 2023.

BRASIL. Lei n.º 11.645, de 10 março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União: 11 mar. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 07 jun. 2023.

BRASIL. Lei n.º 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Diário Oficial da União: 30 ago. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm. Acesso em: 07 jun. 2023.

CAIXETA, Bianca Aparecida dos Santos. Movimento negro universitário: um olhar sobre afetos, trajetórias e a organização política dos grupos/coletivos negros na Universidade de Brasília. Monografia (Bacharelado em Sociologia) – Departamento de Sociologia, Universidade de Brasília, Distrito Federal, 2016.

CALIL, Gilberto. Embates e disputas em torno das Jornadas de Junho. Projeto História, São Paulo, n. 47, p. 377-403, 2013. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/17155/14571. Acesso em: 20 jun. 2021.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A Construção do Outro como Não-Ser como fundamento do Ser. São Paulo: Feusp, 2005.

CAVALCANTI, Ana Claudia Dantas. Movimento Ocupa em Pernambuco: por um diálogo estimulado na Educação. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 44, n. 3, p. 1-21, 2019.

CARVALHO, José Jorge de. O confinamento racial do mundo acadêmico brasileiro. Revista USP. n. 68. p.88-103. dez/fev. 2006

COSTA, Lia Keller. Os coletivos de estudantes negros/as das universidades públicas do estado do rio de janeiro e o combate ao racismo epistemológico. Dissertação (Mestrado em Políticas Sociais) – UENF, Campos dos Goytacazes, 2021.

DORALI, Ivana; FERREIRA, Elen. Coletivos negros: o Luiza Mahin e as estratégias de sobrevivência e construção do saber no espaço acadêmico. Anais do V Colóquio Internacional Educação, Cidadania e Exclusão (Ceduce), Rio de Janeiro, 2018. Disponível em https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/42387. Acesso em: 19 jun. 2023.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Editora Vozes, 2017.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Sinopse Estatística da Educação Superior 2016. Brasília: INEP, 2017. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/sinopses-estatisticas. Acesso em: 07 jun. 2023.

KOZINETS, Robert V. Netnografia: realizando pesquisa etnográfica online. São Paulo: Penso Editora, 2014.

OLIVEIRA, Guilherme Santos. Coletivos de estudantes negros no ensino superior brasileiro: políticas da diversidade e organização política estudantil. Dissertação (Mestrado em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias) – Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

RATTS, Alecsandro (Alex) José Prudêncio. Corpos negros educados: notas acerca do movimento negro de base acadêmica. Nguzu: revista do Núcleo de Estudos Afro-Asiáticos, Londrina, v. 1, p. 28-39, 2011.

RIZZO, Tamiris; FONSECA, Alexandre. Do estar à deriva ao aquilombamento: territorialidade e produção de saberes de coletivos negros da UFRJ. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 17, e20169, p. 1-27, 2022. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa. Acesso em: 19 maio. 2023.

RUFINO, Luiz. Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019.

SIMÕES, C.F. Da democratização do acesso ao desafio da permanência: a experiência dos cotistas sociais do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense – ESR/UFF. Dissertação (Mestrado em Políticas Sociais) – UENF, Campos dos Goytacazes, 2018.

TRINDADE, L. R. da. Fortalecendo os fios: a emergência dos coletivos de estudantes negros e negras em universidades da região sudeste. Tese de Doutorado, 2021.

TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história. Tradução: Sebastião Nascimento. Curitiba: Huya, 2016. 272p.

SANTOS, Joel Rufino. Movimento negro e crise brasileira. In: SANTOS, Joel Rufino; BARBOSA, Wilson do Nascimento (org.). Atrás do muro da noite: dinâmica das culturas afro-brasileiras. Brasília: Fundação Cultural Palmares, 1994.
Publicado
2023-12-21