CIÊNCIA COMO POÉTICA NO POEMA “MONÓLOGO DE UMA SOMBRA” DE AUGUSTO DOS ANJOS

Palavras-chave: Poesia. História da Ciência. Linguagem Científica.

Resumo

O poema “Monólogo de uma sombra” apresenta 31 estrofes em versos decassílabos e é o primeiro do livro “Eu” de Augusto dos Anjos. Neste trabalho, o poema é analisado com relação ao léxico relativo à Ciência. Para tanto, foi realizada uma análise de conteúdo para destacar as palavras consideradas relevantes, seguida de uma leitura poética que utilizou como base o texto “Poesia-Experiência”, de Mário Faustino. Os resultados indicaram que o léxico científico e a crença no progresso científico do século XIX, dão sentido ao poema somente até certo ponto. A tensão existente entre o vocabulário técnico e a poesia é sustentada pela intenção de sintetizar, suscitar e criar um objeto para percepção. Além disso, faz lembrar que a poesia está também no feio, no grotesco e até num poema com vocabulário, a primeira vista, estranho ao que se entende como belo e poético.

Biografia do Autor

Karine Vasconcellos Gonçalves da Silva, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Graduada em Ciências Biológicas (Universidade Federal Fluminense)

Edson Pereira Silva, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Graduado em Biologia Marinha e Mestre em Genética (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Doutor em Genética (University of Wales-Swansea) e pós-doutorado em Genética Molecular pela University of Wales. Atualmente é professor associado da Universidade Federal Fluminense.

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Publicado
2023-04-04