CRIANÇA E CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: HISTÓRIA ORAL DE PEDAGOGAS RECÉM FORMADAS EM TEMPOS DE MODERNIDADE LÍQUIDA
Resumo
Este trabalho tem como objetivo compreender as concepções de currículo e criança a partir dos depoimentos dePedagogas recém-formadas de uma instituição de Ensino Superior Particulare que estão atuando na Educação Infantil. Paralelo aos depoimentos pretende-se relacioná-loscom os aportes teóricos e legais existentes nas produções de Currículo e criança na Educação Infantil em tempo de modernidade líquida. A pesquisa foi desenvolvida com três professoras de Educação Infantil, formadas em 2017 e 2018. A metodologia é de abordagem qualitativa, utilizamos a pesquisa bibliográfica e a metodologia da História Oral. Percebemos que, de acordo com os depoimentos das Pedagogas-Professoras,não há uma concepção clara e/ou precisa quanto à compreensãode criança e currículo. As professoras não apontam para a criança enquanto sujeito histórico de direito como é concebida pelas DCNEI (Diretrizes Curriculares de Educação Infantil) tampouco para outra concepção histórica ou legal. Mencionam características comportamentais como agitadas, inquietas, espertas e tecnológicas. Igualmentequanto ao currículo da Educação Infantil, não deixam muito claro com precisão se o concebem a partir de uma perspectiva assistencialista, ou de escolarização, ou de cuidar e educar, ou de cuidar e brincar, ou mesmo como práticas de experiências como é apontado na BNCC(Base Nacional Comum Curricular).Em suas oralidades, é possível notar de forma implícita,a concepção de currículo se aproximar mais da concepção de escolarização. Notamos que as professoras apresentam pouco entendimento teórico/legal de criança e currículo.Situação que entendemos poderestar relacionada ao não entendimento de sua práxis pedagógica como possibilidade de relacionar teoria e prática, como também resultado e/ou consequência do aceleramento e fluidez de informações da modernidade líquida, traço presente nos tempos atuais; outra possibilidade é de ser resultado das fragilidades do processo formativo acadêmico: preparação para atuar e operar no mercado de trabalho educacional e não pensar ou refletir sobre o mesmo e seus elementos.
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