“COMPANHEIRA, COMPANHEIRA, COM VOCÊ EU ANDO MELHOR”: EXPERIÊNCIAS DE RESISTÊNCIA E AJUDA MÚTUA DE MULHERES

Palavras-chave: Mulheres. Saúde. Resistência. Corpos.

Resumo

Apresenta-se aqui o resultado de uma pesquisa realizada nos anos de 2019 e 2020 sobre as relações de ajuda mútua entre mulheres e suas práticas de utilização de plantas medicinais. Buscou-se através da história oral reconhecer como as mulheres moradoras das cidades de Pires do Rio, Urutaí, Santa Cruz de Goiás, Palmelo, Ipameri e Cristianópolis, interior de Goiás, conseguem manter uma relação de conhecimentos sobre os usos de plantas mantidas em seus quintais e jardins, ou retiradas em áreas de preservação ambiental. O uso das plantas é indicado por um grupo de mulheres, para sanar dficuldades de saúde enfrentadas em momentos que envolvem o corpo feminino como a maternidade, o parto, os cuidados com recém-nascidos, várias fases de desenvolvimento da criança e adolescencia com as cólicas mestruais. Posto isto considera-se: Entre as cidades pesquisadas há a ausência de assistência médica especializada para mulheres e crianças; as mulheres aprenderam sobre plantas medicinais através do conhecimento transmitido oralmente por parte de saberes de outras mulheres da família; essas mulheres são responsáveis por um conhecimento obtido historicamente entre familias. Assim, percebe-se que essas mulheres através do conhecimento resistem à ausência de saúde pública, e também preserevam o meio ambiente.

Biografia do Autor

Keides Batista Vicente, Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Goiás (UFG) com investigação sobre mulheres, universidade e ditadura militar. Mestre em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com pesquisa sobre o movimento estudantil goiano durante a ditadura militar. Licenciada e Bacharel em História pela Universidade Federal de Goiás, Câmpus Avançado de Catalão, (UFG-CAC). Atualmente é professora no curso de Pedagogia na Universidade Estadual de Goiás. Participa como representante da cidade de Goiânia do movimento social feminista Promotora Legal Popular e coordenada o Grupo de Estudos em História da Educação na ANPUH – Goiás. Desenvolve pesquisas sobre gênero, história das mulheres, educação, movimentos sociais e ditadura militar no cone sul.  

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Publicado
2022-10-25
Seção
FLUXO CONTÍNUO - Artigos