VIDAS NEGRAS IMPORTAM!

Palavras-chave: Movimentos Antirracistas. Linguagem e Ação. Representação.

Resumo

Neste estudo pretendemos analisar como a linguagem, em algumas postagens de internautas que defenderam Sérgio Camargo (Fundação Palmares), foi utilizada para desqualificar e deslegitimar movimentos antirracistas e também docilizar e converter identidades negras no intuito de que elas pudessem vir a atender aos ideais hegemônicos e tradicionais vigentes. As discussões partiram da concepção de linguagem enquanto ação (AUSTIN, 1990; PINTO, 2012) e foram apoiadas nos conceitos de raça, representação e identidade, de Rajagopalan (2002, 2003), Hall (2006 e 2008), Woodward (2008) e Ferreira (2010), entre outros. Dentre os resultados mais contundentes estão o uso da linguagem na desqualificação e deslegitimação dos movimentos antirracistas a partir da representação dos integrantes desses movimentos enquanto vitimistas, desonestos e oportunistas.

Biografia do Autor

Daniella Corcioli Azevedo Rocha, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Doutora em Estudos Linguísticos (UFU). Mestre em Letras e Linguística (UFG); Graduada em Letras – Português/Inglês (UFG). Professora Adjunta do Curso de Letras/CPN UFT. 

Wellengton Campos de Araújo, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Graduando em Letras-Inglês pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), Monitor de língua inglesa no Centro de Estudo Continuados em Letras, Linguística e artes (CECLLA). Recentemente tem trabalhado com Estudos da Pragmática, dialogando identidades negras e suas representações.

Referências

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018.

FREITAS, A. C. As identidades do Brasil: buscando as identificações ou afirmando as diferenças? In: RAJAGOPALAN, K.; FERREIRA, D. M. (orgs.). Políticas em linguagem: perspectivas identitárias. São Paulo: Editora Mackenzie, 2006.

HAAS, Celia Maria; LINHARES, Milton. Políticas públicas de ações afirmativas para ingresso na educação superior se justificam no Brasil. Brasília: Revista Brasileira de estudos Pedagógicos, 2012. p. 836-863. v. 93, n. 235.

HALL, S. Quem precisa de identidade. In: SILVA, T. (org.), HALL, S., WOODWARD, K. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008

MINAYO, M. C. S. (organizadora) – Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade – Petrópolis: Vozes, 1995.

NUNES, Sylvia da Silveira. Racismo contra negros: sutileza e persistência. Revista Psicologia Política, v. 14, n. 29, p. 101-121, jan./abr. 2014.

OLIVEIRA, J. A. A Pragmática em Sala de Aula. In: FREITAS, A. C. (Org.). Linguística in focus: Linguagem e Exclusão. v. 7. Uberlândia: EDUFU, 2010. p. 215-235.

PINTO, J. P. Pragmática. In: MUSSALIN, Fernanda; BENTES, Anna Christina. (Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 1ed.São Paulo: Cortez, 2012, v. 2. p. 47-68.

RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

SÊGA, R. A. O conceito de representação social nas obras de Denise Jodelet e Serge Moscovici. Anos 90, Porto Alegre, n. 13, julho de 2000.

SILVA, T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T. (org.), HALL, S., WOODWARD, K. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, T. (org.), HALL, S., WOODWARD, K. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

Publicado
2022-08-09