ENTRE PALAVRAS E RIOS: O DISCURSO CIVILIZATÓRIO E O SILENCIAMENTO DAS MEMÓRIAS; ESTUDO DA SÉRIE TRANSAMAZÔNICA - UMA ESTRADA PARA O PASSADO, NO CONTEXTO NO NORTE DO TOCANTINS

Augusto César Ferreira Barbosa; Plábio Marcos Martins Desidério

Augusto César Ferreira Barbosa Colégio Estadual Getúlio Vargas https://orcid.org/0000-0003-2990-1008
Plábio Marcos Martins Desidério UFNT https://orcid.org/0000-0002-2819-9846

Palavras-chave: Natureza. Tocantins. Cerrado. Rios. Transamazônica.

Resumo

Neste artigo mobilizamos algumas reflexões sobre as representações contidas acerca dos rios Araguaia e Tocantins que estão presentes na série Transamazônica - uma estrada para o passado (2020). As entrevistas aqui recolhidas foram utilizadas como fio condutor para as reflexões sobre o imaginário coletivo sobre a região. Na medida em que o objetivo do texto é, essencialmente, discutir os conceitos de “civilização”, “progresso” e “colonização”; e como esses conceitos-discursos foram utilizados dentro de um “projeto civilizacional” que fora dinamizado pelos agentes do Estado brasileiro. A discussão do artigo, portanto, mostrou as diversas temporalidades do capital, do Estado e das pessoas/comunidades que foram impactadas pela construção da rodovia no contexto histórico regional do norte do Tocantins.

Biografia do Autor

Augusto César Ferreira Barbosa, Colégio Estadual Getúlio Vargas

Graduação em História pela Universidade Federal do Tocantins (2016). Mestrado em Ensino de História pela Universidade Federal do Tocantins (2021). Atualmente é professor no Colégio Estadual Getúlio Vargas.

Plábio Marcos Martins Desidério, UFNT

Doutor em Comunicação pela UNB (2013). Mestre em Sociologia (UFG) e Graduado em Filosofia (2000). Professor do curso de História da Universidade Federal do Norte do Tocantins e do Programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura e Território.

Referências

ACOSTA, A. O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. Tradução de Tadeu Breda. São Paulo: Autonomia Literária, Elefante, 2016. p. 114.
ANDERSON, P. Brasil à parte: 1964-2019. Tradução de Alexandre Barbosa de Souza. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2020. p. 13.
ARÁOS, H. M. O debate sobre o “extrativismo” em tempos de ressaca: a natureza americana e a ordem colonial. In: DILGER, G.; LANG, M. A.; PEREIRA FILHO, J. (Ed.). Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento: grupo permanente de trabalho sobre alternativas ao desenvolvimento. Fundação Rosa Luxemburgo, 2016. p. 455.
BESSE, J. Ver a terra: seis ensaios sobre a paisagem e a geografia. Tradução Vladimir Bartalini. São Paulo: Perspectiva, 2014. p. 64.
BODANZKY, J. O diretor Jorge Bodanzky fala sobre a série “Transamazônica – Uma Estrada para o Passado” (HBO). [Entrevista concedida a] João Paulo Barreto. Scream & Yell. São Paulo. 2021. Disponibilidade em: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: Disponbilidade em: . Acesso em: 10 de abr. 2021.
CORRÊA, R. L. ; Carl S. ; D. C.: a Paisagem e o Passado. Espaço Aberto, v. 4, n. 1, 2014. p. 42.
DE ARAÚJO, M. L. S. Cinema ativista de Jorge Bodanzky–o imaginário profundo de Terceiro Milênio. Manuscrítica. Revista de Crítica Genética, n. 19, 2010.
DESJARDINS, J. R. Environmental Ethics: an introduction to environmental philosophy. 4. ed. Boston: Wadswort, 2006. p. 130. In: LOURENÇO, D. B. Qual o valor da natureza: uma introdução à ética ambiental. Editora Elefante, 2019.
DESCOLA, P. Outras naturezas, outras culturas. Tradução de Cecília Ciscato. São Paulo: Editora 34, 2016. p.44
Disponibilidade em: . Acesso em: 03 de jun. 2021.
ELIAS, N. O processo civilizador, volume 1: uma história dos costumes. Tradução de Ruy Jungmann. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 178.
GOMIDE, B. B. (Ed.). Nova antologia do conto russo (1792-1998). Editora 34: 2016. p. 493.
HOLANDA, S. B. de. Visão do paraíso: os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. Companhia das Letras: São Paulo, 2010. p. 469.
IBGE. (2019). Biomas e sistema costeiro-marinho do Brasil: compatível com a escala 1:250.000. IBGE, Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro: IBGE. 168p. (Relatórios metodológicos; v. 45). p. 157.
KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. 2.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. p. 49.
LEONEL, M. A morte social dos rios: conflitos, natureza e cultura na Amazônia. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2020. p. 100.
MARTINS, J. de S. Expropriação e violência. A questão política no campo. 3ªed. São Paulo: Hucitec, 1991. p.55.
MATTOS, C. A. Jorge Bodanzky: o homem com câmera. Imprensa Oficial Do Estado, 2006.
MEDEIROS, L. S. O regime empresarial-militar e a questão agrária no Brasil. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, L. de A. N. (Org.) O tempo do regime autoritário: ditadura militar e redemocratização; Quarta República (1964-1985). vol. 4. 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019. p.191.
MEDEIROS, R. M. V. Território, espaço de identidade. In: SAQUET, M. Aurélio; SPOSITO, E. S. (Org.). Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular, 2009. p.217.
PICOLI, F. O capital e a devastação do capital da Amazônia. 3. ed. São Paulo: Expressão popular, 2006. p. 49
PRADO, M. L. C. América Latina no século XIX: tramas, telas e textos. 2. ed. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2014. p. 179.
RAMOS, A. R. Sociedades Indígenas. São Paulo: Editora Ática, 1986. p. 13.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. Edusp, 2002. p. 314.
SVAMPA, M. As fronteiras do neoextrativismo na América Latina: conflitos socioambientais, giro ecoterritorial e novas dependências. Tradução de Lígia Azevedo. São Paulo: Elefante, 2019. p. 33.
Transamazônica: uma estrada para o passado. Direção: Fabiano Maciel e Jorge Bodanzky. Brasil: HBO. 2021.