A DESSIMBOLIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR NA CONTEMPORANEIDADE: REFLEXÕES SOB O ENLACE CRÍTICO DE DUFOUR E HANNAH ARENDT

Palavras-chave: Educação em tempos de crise. Dessimbolização. Declínio na transmissão cultural.

Resumo

Baseado na crítica afiada de Dufour refletida em sua obra “A arte de reduzir as cabeças”, ele vem nos mostrar que o Homo sapiens a décadas já vinha sendo transformado pela indústria cultural – uma classe dominante em Homo zapiens, fazendo alusão a prática de “zapear” a Televisão com o uso do controle remoto, no qual tanto as crianças como os seus cuidadores permanecem longas horas do dia, e está transformando a humanidade contemporânea em seres silenciados e submissos a uma influência mascarada, cuja única capacidade é consumir. Não obstante, a educação vem perdendo seus efeitos uma vez que a influência midiática vem tomando o lugar da escola causando um declínio na transmissão cultural no espaço de busca pelo saber. Uma certa inquietação emerge e nos inquire a buscar respostas para um questionamento da seguinte ordem: que tipo de homens está sendo preparados na escola? Sujeitos para a sociedade ou para viver em sociedade? Dando ponte para esta reflexão, Hanna Arendt em sua obra “Entre o Passado e o Futuro" vem endossando a reflexão sob o enlace da crise na educação em tempos sombrios que se vive no presente tempo. Intenta-se aqui observar as reverberações que a educação vem sofrendo nos tempos atuais nos entremeios pandêmicos.

Biografia do Autor

Douglas Manoel Antonio de Abreu Pestana dos Santos, Universidade de São Paulo - USP

Mestre em Educação. Universidade Ibirapuera é Psicanalista Membro da Cátedra Otávio Frias de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade - USP. Membro da Rede Nacional da Ciência para a Educação- CPe. Membro da ABEPEE- Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial UNESP Associado(a) na categoria de Profissional, Nº de matrícula 15713, da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) USP, filiada no Brasil, à Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e no exterior, à International Brain Research Organization (IBRO) e à Federação das Associações Latino Americanas e do Caribe de Neurociências. Tem experiência na área de Educação, na intersecção entre Psicanálise e Educação, abordando principalmente os seguintes temas: educação em tempos de crise, educação e autoridade; ensino e transmissão. Editor da Revista Impressa Análises de discurso.

Márcia Siqueira de Andrade, Universidade Ibirapuera

Possui Mestrado em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994), Doutorado em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997). Foi até 2018 professora titular do Centro Universitário FIEO, Coordenadora do Programa em Psicologia Educacional do UNIFIEO, Membro do Comite de Etica em Pesquisa (CEP) do UNIFIEO, coordenadora do GT Aprendizagem humana na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP).Atualmente é professora permanente, pesquisadora e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação e do Programa de Pós-graduação em Psicologia/Psicossomática da Universidade Ibirapuera, São Paulo, Brasli e membro do Comitê de Ética em Pesquisa (COEPE) da UNIB.. Foi editora do periódico Cadernos de Psicopedagogia. Seus principais interesses estão voltados para o estudo dos processos de aprendizagem humana e dificuldades específicas entendendo que nesse processo as variáveis psicológicas encontram-se articuladas a componentes sociais. Suas pesquisas nessa área têm investigado a aprendizagem em diferentes contextos: escola, família, abrigos. Também desenvolve pesquisas sobre Estresse ocupacional em professores.

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Publicado
2022-07-20