UMA SOMBRA NO FUNDO DO RIO COMO UM EXEMPLO DE LITERATURA ENGAJADA
Resumo
Neste artigo pretendo apontar a possibilidade de tratar o romance Uma sombra no fundo do rio, de Eli Brasiliense, como um exemplo de literatura engajada. Tal romance é uma ficcionalização pautada por vezes em fatos ocorridos de eventos violentos relacionados a questões políticas do início do século XX, na atual cidade Pedro Afonso – TO, apresentando com embasamento fatos históricos e políticos locais. Desse modo, ao mesmo tempo em que coloca seu escritor em posição que supõe desejo de mudança, também, convida o leitor a participar da narrativa, provocando inquietação, sendo que isso seja, talvez, uma forma de ação sobre o mundo ali narrado. Minha pretensão é considerar a possibilidade de tomar o livro de Brasiliense como obra engajada, embora não seja um retrato totalmente fiel ao momento relatado. Para defender a proposta que faço, apresento, inicialmente, um bosquejo do enredo da obra em apreço. Sigo com uma exposição pautada nas teorias do filósofo italiano Luigi Pareyson, bem como nas teorias de Jean-Paul Sartre acerca do que se entende como uma obra de arte e uma literatura em prosa engajada. Expostos e discutidos esses pontos, finalizo o artigo entrelaçando algumas passagens de Brasiliense com teorias de Pareyson e Sartre. Por fim, a finalidade é demonstrar que Uma sombra no fundo do rio pode ser caracterizado como obra de arte literária engajada, provocando contato e comprometimento tanto da parte do escritor e como do leitor, pelo menos, com o desejo de algo de diferente do que ali é representado.
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