‘NORDESTINIDADE CONSTRUÍDA’ E DISCURSO TELEJORNALÍSTICO: O ATRIBUTO HUMANO NAS REPRESENTAÇÕES E IDENTIFICAÇÕES SOBRE O NORDESTE BRASILEIRO
Resumo
Nosso trabalho se propõe a estudar um fragmento da cultura midiática, mais especificamente do telejornalismo, tomando como pressuposto que a prática jornalística é uma prática discursiva que incorre em jogos políticos, representacionais e identitários. O objetivo é identificar e analisar algumas representações sociais sobre a região Nordeste do Brasil, presentes na série Caravana JN, veiculada pelo Jornal Nacional durante o período eleitoral, em 2006. Encaminhamos um estudo sobre a produção semiótico-discursiva de uma reportagem da série, a qual revela as relações entre os signos e o objeto de sua representação, o Nordeste. A reportagem conta a história de Ana das Carrancas, compreendida em termos teóricos como um personagem-tipo, um símbolo e também um recurso metonímico através do qual a história de muitos outros nordestinos ganha visibilidade. Frente à análise efetivada, depreendemos que todas as ações humanas perpassam o propósito de produzir cultura, ou seja, de simbolizar e de comunicar sentimentos, ideias ideologias, etc., o que não se faz fora da linguagem, mas dentro de redes de poder características da própria atividade linguística. Desse modo, as representações são criadas pela linguagem e influenciadas pelo contexto sócio-histórico de sua criação, pelos projetos de discurso que regem as práticas de produção da informação e pelos imaginários sociais que figuram no contexto social brasileiro. Conclui-se, assim, que a coerência dos sistemas de representação do Nordeste é fruto de uma ordenação e de um procedimento cultural, linguístico e discursivo.
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