SANTO DO SERTÃO: REPRESENTAÇÕES DE UM MÁRTIR EM ALFREDO MARIEN

  • Eliziane Fernanda Navarro UAB/UFMT

Resumo

Neste estudo, interessa-nos analisar, dentre os aspectos míticos e simbólicos da obra Era um poaieiro escrita pelo autor francês Alfredo Marien, publicada em 1944, com segunda edição lançada em 2008 pela Editora UNEMAT em parceria com a Academia Mato-Grossense de Letras, a trajetória do protagonista Brasilino, a partir das concepções teóricas que defendem a manifestação dos mesmos modelos arquetipais em criações artísticas de diferentes épocas. Neste caso, focamos nas representações do herói moderno que apresenta traços do heroísmo clássico, enquanto mártir em sua sociedade. Ao morrer no dia em que é comemorado “São Sebastião”, esta “coincidência” nos serviu de base para analisar a relação entre os dois, a personagem da ficção e o santo. Assim, Brasilino, ao morrer torna-se mártir, emblema e prefiguração do que ocorrerá com a mata mato-grossense, tornando inevitável, consequentemente, o estudo do personagem sob o viés arquetípico. A obra em questão é fruto da vivência do autor francês no interior de Mato Grosso na época em que, em virtude do apogeu da poaia, o estado acolheu centenas de imigrantes que buscavam fazer fortuna no novo Eldorado. Neste período, Marien absorveu narrativas orais e costumes dos povos da região que mais tarde deram origem a sua única produção publicada.Este estudo está fundamentado nos pressupostos teóricos defendidos por Gilbert Durand, Joseph Campbell e Junito Brandão.

Biografia do Autor

Eliziane Fernanda Navarro, UAB/UFMT

Mestra em Estudos Literários pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2016), com pesquisa na área de Literatura e vida social em países de língua portuguesa. Especialista em Tradução em Espanhol pela Universidade Gama Filho (2012). Possui graduação em Letras Português Espanhol e Literaturas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2010). Atualmente é professora tutora especialista em espanhol na UAB/UFMT. Atua, principalmente, com os temas: literatura latino americana, mitologia, colonização, narrativa de viagens e literatura e marginalidade.

Publicado
2018-02-16