VIOLÊNCIA E OPRESSÃO: VOZES FEMININAS SILENCIADAS NA CONTÍSTICA DE JÚLIA LOPES DE ALMEIDA
Resumo
O objetivo deste artigo é discutir como é construída a representação do sujeito feminino no conto “Os porcos”, de Júlia Lopes de Almeida, que integra a obra Ânsia eterna, publicada pela primeira vez em 1903. Nossa pesquisa é de revisão bibliográfica e a intenção é elucidar a violência sofrida pela personagem Umbelina, vinda tanto de sua família, como da sociedade em que está inserida. Para tanto, utilizaremos as considerações da crítica feminista a fim de trazer à tona as vozes silenciadas pela sociedade do século XIX. Além disso, resgatamos os estudos sobre Júlia Lopes de Almeida, autora que foi esquecida pela historiografia literária.
Referências
ALMEIDA, Júlia Lopes de. Os porcos. In: ALMEIDA, Júlia Lopes. Ânsia eterna. Brasília: Senado Federal, 2019. p. 39-44.
ALMEIDA, Margarida Lopes de. Biografia de Dona Júlia. In: ALMEIDA, Júlia Lopes de. O funil do diabo. Florianópolis: Editora Mulheres, 2015.
AMED, Jussara Parada. Escrita e experiência na obra de Júlia Lopes de Almeida. (1862-1934). 2010. 234 f. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em História Social do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-08102010-163035/publico/2010_JussaraParadaAmed.pdf. Acesso em: 10 abr. 2021.
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANDT, Alan. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Tradução de Vera da Costa e Silva, Raul de Sá Barbosa, Ângela Melim, Lúcia Melim. 15. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.
DEL PRIORE, Mary. História das mulheres no Brasil. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006.
DEL PRIORE, Mary. Histórias e conversas de mulher. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2013.
DIAS, Ana Paula Pereira. A representação feminina em Ânsia eterna, de Júlia Lopes de Almeida. 2020. 174 f. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Tocantins, Porto Nacional, Tocantins. Disponível em: http://umbu.uft.edu.br/bitstream/11612/2056/1/Ana%20Paula%20Pereira%20Dias%20-%20Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 04 mar.2021.
DUARTE, Constância Lima. O cânone e a autoria feminina. In: SCHMIDT, Rita Terezinha (org.). Mulheres e Literatura: (trans)formando identidades. Porto Alegre: Editora Palloti, 1997.
DUARTE, Constância Lima. Imprensa feminina e feminista: século XIX: dicionário ilustrado. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
ELEUTÉRIO, M. L. Vidas de romance: as mulheres e o exercício de ler e escrever no entresséculos (1890-1930). Rio de Janeiro: Topbooks, 2005.
FIGUEIREDO, Viviane Arena. Resgatando a memória literária: uma edição crítica de Ânsia eterna de Júlia Lopes de Almeida. 2014. 231 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura, Instituto de Letras, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/10917/1/. Acesso em: 20 mar.2021.
GOTLIB, Nádia Battella. A literatura feita por mulheres. In: BRANDÃO, Izabel; MUZART Zahidé Lupinacci (org.). Refazendo nós: ensaios sobre mulher e literatura. Florianópolis: Ed. Mulheres; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003, p. 19-72.
LOBO, Luiza. A literatura feminina na América Latina, Revista Brasil de Literatura. Ano 1. jul./set.1997. Disponível em: http://lfilipe.tripod.com/LLobo.html. Acesso em: 10 jun. 2020.
LUCA, Leonora de. A mensageira: uma revista de mulheres escritoras na modernização brasileira. 1999. 581 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Sociologia, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Campinas, 1999. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/280414>. Acesso em: 30 nov. 2019.
PERROT, Michelle. Os silêncios do corpo da mulher. In: Matos, Maria Izilda Santos de; SOIHET, Rachel (org.). O corpo feminino em debate. São Paula: UNESP, 2003.
PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2008.
RUELA, Natália. Feminismo e construção de identidades femininas: As meninas, de Lygia Fagundes Telles. 2009. 111f. Dissertação (Mestrado)- Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade Estadual de Maringá.Maringá, 2009. Disponível em:
http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/4114. Acesso em: 24 fev.2021.
SALOMONI, Rosane Saint-Denis. A escritora/os críticos/a escritura: o lugar de Júlia Lopes de Almeida na ficção brasileira. 2005. 231 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
SCHMITD, Rita Teresinha. Na literatura, mulheres que reescrevem a nação. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.) Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019.
SILVA, Jéssica Mara Bergonzini. Mulher, colonização e descolonização em contos de Júlia Lopes de Almeida. 2018. 109 p. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Letras, Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, RO, Brasil, 2018.
TELLES, Norma. Escritoras, escritas, escrituras. In: Mary Del Priore (Org.). História das mulheres no Brasil. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2004. p. 401-442.
ZINANI, Cecil Jeanine Albert; POLESSO, Natália Borges. Da margem: a mulher escritora e a história da literatura. Métis: história &cultura. Caxias do Sul, v. 9, n. 18, p. 99-112, jul./dez. 2010. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/view/998. Acesso em: 07/01/21.
ZOLIN, Lucia Osana. Crítica Feminista. In: BONICCI, Thomas & ZOLIN, Lucia Osana. Teoria Literária: Abordagens Histórias e Tendências Contemporâneas. Maringá: EDUEM, 2004.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).