INSURGÊNCIAS COLETIVAS E VIVÊNCIAS NO CONTEXTO ACADÊMICO: A EXPERIÊNCIA DE RECONHECIMENTO DE SUJEITOS E SABERES A PARTIR DO COLETIVO NEGRO FUZUÊ
Resumo
O presente artigo visa dar centralidade as insurgências coletivas e vivências de estudantes negras/os no contexto acadêmico, sendo estes sujeitos fundamentais para a disputa de narrativas na universidade. Produtores de saberes e conhecimentos, com vistas à construção de um projeto que vá contra o eurocentrismo presente na estrutura acadêmica. São analisados aqui os impactos da colonização de negros e indígenas, bem como as tentativas de apagamento de suas tecnologias e resistências. Ancorando-se nas concepções de memória e consciência, problematizar-se-á a ciência universal que contribui para a manutenção e perpetuação do elitismo e racismo acadêmico. A experiência de construção do primeiro Coletivo Negro da UFF de Rio das Ostras nos dá base para evidenciarmos a elaboração de ações coletivas e antirracistas, que emergiram através do protagonismo desses sujeitos insurgentes. Este trabalho é também fruto de reflexões realizadas no âmbito do NEAB – UFF/CURO e do Coletivo Negro Fuzuê.
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