NOVAS PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL: GERAÇÃO DESCENTRALIZADA DE ENERGIA, NOVOS ATORES E CONFLITO NO OESTE CATARINENSE
Resumo
O Oeste Catarinense constitui espaço marcado por conflitos pelo uso dos recursos hídricos para geração de energia por conglomerados de capital nacional e internacional, o hidronegócio. Entre 1993 e 2010, foram construídas seis hidrelétricas na bacia do rio Uruguai, desalojando milhares de famílias e originando uma articulação de atores regionais que se opõem à continuidade da expansão do modelo centralizador do capital. O cancelamento da usina de Itapiranga constitui referência para a resistência regional. Utilizando os conceitos de campo e habilidades sociais explicitados na Nova Sociologia Econômica, o presente artigo visa analisar a hipótese de que está em construção uma agenda propositiva indo além dos conflitos que demarcam o campo da geração de energia. Esse está sendo ampliado mediante a geração distribuída de energia de fontes renováveis, com controle do capital enraizado no território. Ao longo de 2018 e 2019, foram realizadas visitas técnicas e entrevistas com gestores de empreendimentos de geração de energia em cinco municípios. Os resultados indicam que os investimentos em energia fotovoltaica e de biogás não representam iniciativas isoladas, mas integram um espaço de resistência em contínua construção.
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