ESTUDO DAS PLANTAS DA RENAME NO ÂMBITO DA TOXICOLOGIA CLÍNICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Resumo
Um movimento importante para a consolidação da fitoterapia no Brasil foi a inclusão de doze plantas e seus respectivos fitoterápicos na RENAME. Sabendo da relevância do conhecimento popular e sua interface com o conhecimento científico para o registro de fitoterápicos pela ANVISA, o presente trabalho buscou compilar dados no âmbito da Toxicologia Pré-clínica e Clínica para as plantas elencadas na RENAME, visando avaliar a segurança para seus usos e estimular mais pesquisas científicas. Foi realizada uma revisão sistemática, utilizando os descritores: nome da planta + toxicidade ou estudos toxicológicos ou análises toxicológicas, nas línguas portuguesa e inglesa, nos principais bancos de dados, com período 2008 a 2018. Encontraram-se 383 artigos totais e após critérios de exclusão, 47 artigos foram utilizados neste trabalho. Conclui-se pela necessidade de realização de mais estudos toxicológicos para as plantas da RENAME, especialmente clínicos, sendo constatado que, dos resultados pré-clínicos, há alguns aspectos toxicológicos.
Referências
ALMEIDA, A. C.; SOBRINHO, E.; PINHO, L.; SOUZA, P.; MARTINS, E.; DUARTE, E.; ... COSTA, J. P. Toxicidade aguda dos extratos hidroalcoólicos das folhas de alecrim-pimenta, aroeira e barbatimão e do farelo da casca de pequi administrados por via intraperitoneal. Ciência Rural, Santa Maria, Online. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cr/a/gKXwTbJKfHQ6GjjrQqMnzvm/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 09 de agosto de 2019.
ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina – bases clínicas e farmacológicas. Buenos Aires: Isis. 1998.
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2013. Resolução - RDC nº 13, de 14 de março de 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0013_14_03_2013.pdf. Acesso em 10 de abril de 2018.
______ – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2014. Resolução de diretoria colegiada – rdc nº 26, de 13 de maio de 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0026_13_05_2014.pdf. Acesso em 10 de abril de 2018.
BALBINO, E. E. & DIAS, M. F. Farmacovigilância: um passo em direção ao uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos. Revista Brasileira de Farmacognosia. 20:992-1000. 2010.
BOCHNER, R.; FISZON, J.; ASSIS, M.; AVELAR, K. Problemas associados ao uso de plantas medicinais comercializadas no Mercadão de Madureira, município do Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 14 (3). 2012.
BORTOLLINI, C. E. (2009). Efeitos da Administração de Fitoterápico Contendo Glycine Max (L.) Merr Durante Período de Organogênese em Ratas Wistar. Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
BRASIL. (2006). Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasil. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-nacional-de-plantas-medicinais-e-fitoterapicos-ppnpmf/politica-e-programa-nacional-de-plantas-medicinais-e-fitoterapicos. Acesso em: 08 de fevereiro de 2018.
BRASIL. (2009). MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Agência saúde. Brasil. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/pdf/marco/ms_relacao_plantas_medicinais_sus_0603.pdf. Acesso em 10 de abril de 2018.
BRASIL. (2012). 12 Fitoterápicos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/medicamentos_rename.pdf. Acesso em 10 de abril de 2018.
BRASIL. (2012). Monografia da espécie Rhamnus purshiana (Cáscara Sagrada). Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/05/Monografia-Rhamnus.pdf. Acesso em 10 de abril de 2018.
BRASIL. (2012). Portaria nº 533, de 28 de março de 2012. Brasil. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0533_28_03_2012.html> Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.
BRASIL. (2014). Monografia da espécie Plantago ovata FORSSK. (psyllium). Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/dezembro/30/II-snpmfaf-plantago-ovata.pdf. Acesso em 10 de abril de 2018.
Brasil. (2015). Monografia da espécie Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. (“garra-do-diabo”). Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Disponível em: http://www.farmacia.pe.gov.br/sites/farmacia.saude.pe.gov.br/files/memento_fitoterapico.pdf. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.
BRASIL. (2015). Monografia da espécie Salix alba (Salgueiro Branco). Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/11/Monografia-Salix-alba.pdf. Acesso em 08 de fevereiro de 2018.
Brasil. (2016). Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/reso510.pdf> Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Acesso em 25 de fevereiro de 2018.
BRASIL. (2017). Monografia da Espécie Mentha x piperita L. (Hortelã Pimenta). Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/11/Monografia-Mentha-piperita.pdf. Acesso em 25 de fevereiro de 2018.
CARVALHO, M.; MELO, A.; ARAÇÃO, C.; RAFFIN, F.; MOURA, T. Schinus terebinthifolius Raddi: chemical composition, biological properties and toxicity. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 15(1). 2013.
CECHINEL-ZANCHETT, C. C. Estudos pré-clínicos e clínicos de espécies vegetais selecionadas de países pertencentes ao Mercosul e aspectos toxicológicos. Infarma Ciências Farmacêuticas. doi:10.14450/2318-9312.v29.e4.a. pp284-301. 2017.
CORTÉS MG, B. Y. Hepatotoxicidad secundaria a “productos naturales”: análisis de los casos notificados al Registro Español de Hepatotoxicidad. Revista Espanhola de Enfermidad Digestiva.100(11):688-95. 2008.
DELGADO, D. L. (2015). Suplementação de unha-de-gato (Uncaria tomentosa) em dietas para tilápias-do-Nilo e acará-bandeira (Pterophyllum scalare). Repositório Institucional UNESP.
ELISABETSKY, E. (2003). Etnofarmacologia. Ciência e Cultura, 55(3). Disponível em http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v55n3/a21v55n3.pdf. Acesso em 14 de abril de 2018
EMA, E. M. (2009). Assessment Report On Salicis Cortex (Willow Bark) And Herbal Preparation(S) Thereof With Well-Established Use And Traditional Use. European Medicines Agency.
ERVANARIUM. (2018). Espinheira-santa. Disponível em: http://www.ervanarium.com.br/planta/29/espinheira-santa Acesso: 08 de fevereiro de 2018.
FERNANDES, C.; FÉLIX, S.; NOBRE, M. Toxicidade dos fitoterápicos de interesse do SUS: uma revisão. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, 3(1), pp. 83-96. (2016). doi:10.5433/1679-0367.2016v37n1p83
FREITAS, V.; RODRIGUES, R.; GASPI, F. Propriedades farmacológicas da Aloe vera (L.) Burm. f. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 16 (2) • Jun. 2014.
IBRAHIM, K.; AL-ASHBAN, R.; EL-SAMMANI, S. A Study of the Toxicity of Cat’s Claw Herbal Medicine. Research Journal of Pharmacology , 52-57. 2009.
JARDIM, P. M. (2016). Plantas Medicinais E Fitoterápicos – Guia Rápido Para A Utilização De Algumas Espécies Vegetais (Vol. 2). Brasília, DF, Brasil: Universidade de Brasília.
LIMA, L. B. (2009). Avaliação toxicológica pré-clínica do extrato seco de Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae). Repositório Institucional da UFPE. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3267. Acessado em: 09 de fevereiro de 2018.
Mattos, M. I. (2014). Avaliação dos potenciais efeitos de toxicidade sub-aguda, teratogenicidade e imunotoxicidade da Cynara scolymus (alcachofra): estudo em ratos. Biblioteca Digital USP. doi:10.11606/T.10.2014.tde-12122014-103538
OLIVEIRA, A. B.; LONGHI, J. G.; ANDRADE, C.; MIGUEL, O. G.; MIGUEL, M. D. (2006). A Normatização Dos Fitoterápicos. Blioteca Digital dos Periódicos.
OLIVEIRA, M.; SIMÕES, M.; SASSI, C. Fitoterapia no Sistema de Saúde Pública (SUS) no Estado de São Paulo, Brasil. Rev. Bras. Pl. Med., 8(2), 39-41. 2006. Acesso em 14 de abril de 2018. Disponível em: http://www.bioethicus.com.br/d_artigos/1182908606.pdf. Acesso em: 20 de maio de 2018
PANEL, C. I. (2007). Final report on the safety assessment of Aloe andongensis Extract, Aloe andongensis Leaf Juice, Aloe arborescens Leaf Extract, Aloe arborescens Leaf Juice, Aloe arborescens Leaf Protoplasts, Aloe barbadensis Flower Extract, Aloe barbadensis Leaf, Aloe Barba. PubMed, 1-50.
RAD, L. (1883). Cascara Sagrada in Constipation. British medical journal, 2(1176):68.
ROSA, C. d.; CÂMARA, S. G.; BÉRIA, J. U. (s.d.). Representações e intenção de uso da fitoterapia na atenção básica à saúde. Ciênc. saúde coletiva. 16 (1). Jan. 2011.
SANTANA, L.; BRITO, M.; SOUSA, G.; FREITAS, R. Estudo das propriedades físico-químicas e avaliação da toxicidade aguda do extrato etanólico das folhas de Mikania glomerata Sprengel. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 16(3). 2014.
SAÚDE, M. D. (2013). 12 Fitoterápicos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Homeopatia para Mulheres. Disponível em: http://homeopatiaparamulheres.blogspot.com.br/2013/08/fito-e-rename.html. Acesso em: 08 de fevereiro de 2018.
SAÚDE, M. D. (s.d.). Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Portal Brasil Ministério da Saúde. Brasil. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-nacional-de-plantas-medicinais-e-fitoterapicos-ppnpmf. Acesso em: 08 de março de 2018.
SGUAREZI, J. G. Fitoterápicos na Rede Pública de Saúde (SUS) no Brasil: Um estudo toxicológico de Mikania glomerata em fetos de ratas Wistar. Revista Fitos Eletrônica, 10(4), 460-468. 2017.
TEIXEIRA, J.; BARBOSA, A.; GOMES, C.; EIRAS, N. (2012). A Fitoterapia no Brasil: da Medicina Popular à regulamentação pelo Ministério da Saúde. Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
TUROLLA, M. & NASCIMENTO, E. Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, 42(2), pp. 289-306. 2006.
VALDEQUÍMICA. (2015). Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ).
WIESNER, J. (2013). Assessment report on Plantago ovata Forssk., seminis tegumentum. European Medicines Agency.
YANG, H. e. (2010). Aloe-induced toxic hepatitis. Journal of Korean Medical Science, 5(3), pp. p.492-95.
FERREIRA, Aurélio B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s.d., 1499 p. (12ª. Impressão).
SAMUELSEN, A.B. The traditional uses, chemical constituents and biological activities of Plantago major L. A review. Journal of Ethnopharmacology 71 (2000) 1–21. 2. OMS. Plants in the South Pacific. Manila: WHO, 1998. 148-149p.
KAWA, L. (2018). Meio Ambiente: Salix alba - Salgueiro-branco (Aspirina). Meio Ambiente. Disponível em: http://professoralucianekawa.blogspot.com.br/2015/01/salix-alba-salgueiro-branco-aspirina.html > Acesso em 10 de abril de 2018.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).