FORMAÇÃO DOCENTE PARA EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL (EIP) NA SAÚDE PARA O ENSINO DA TEORIA A PRÁTICA NO ÂMBITO SUS

Palavras-chave: Educação e Saúde. Interprofissionalidade. Teoria e Prática.

Resumo

O presente artigo objetiva propor iniciativas de formação docente para atuar nas interfaces da Educação Interprofissional (EIP). No contexto atual torna-se mais relevante esta formação, para que as práticas colaborativas sejam centradas na pessoa sob os cuidados da equipe objetivando a melhora na resolutividade das demandas e a qualidade dos serviços de saúde. A EIP insere-se como uma proposta de mudanças para formação docente das diferentes profissões no âmbito SUS, esta estratégia procura dar respostas ao fato de que a formação dos profissionais da saúde no Brasil, ao longo do tempo, embasou-se em saberes cada vez mais especializados, distantes de uma prática que privilegie a construção de conhecimentos compartilhados coletivamente. A pesquisa tem como objetivo em experimentar os caminhos e propor iniciativas de formação docente para atuar no ensino interprofissional em saúde no âmbito SUS. Traz uma pesquisa bibliográfica para exploração dos conceitos de formação docente; ensino, interprofissionalidade e SUS. Como resultado aponta para que esta formação deve contribuir para o desenvolvimento de profissionais preparados para atuar em consonância com os princípios e as diretrizes do SUS, em prol de um sistema de saúde público, universal e equânime.

Biografia do Autor

José Altamir Batista Da Costa, UNIFESP

Enfermeiro, Mestrando em Ensino e Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo -UNIFESP. 

Rutileia Carvalho Xavier Pinho, UFT

Pedagoga e Mestre em Educação pela UFT. 

Referências

BAINBRIDGE, L.; WOOD, V. I. The power of prepositions: Learning with, from and about others in the context of interprofessional education. Journal of interprofessional care,Abingdon, v. 26, no. 6, p. 452-458, 2012.

BAINBRIDGE. The power of prepositions: a taxonomy for interprofessional education. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 27, no. 2, p. 131-136, 2013.

BAKER, L. et al. Relationships of power: implications for interprofessional education. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 25, no. 2, p. 98-104, 2011.

BARR, H. Competent to collaborate: Towards a competency-based model for interprofessional education. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 12, no. 2, p. 181-187, 1998.

BARR, H. et al. Effective Interprofessional Education: argument, assumption e evidence. London: Blackwell, 2005.

BUSARI, J. O.; MOLL, F. M.; DUITS, A. J. Understanding the impact of interprofessional colla boration on the quality of care: a case report from a small-scale resource limited health care environment. Journal of multidisciplinary healthcare, New Zealand, v. 10, p. 227-234, 2017

BRASHERS, V.; OWEN, J.; HAIZLIP, J. Interprofessional education and practice guideno. 2: developing and implementing a center for interprofessional education. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 29, no. 2, p. 95-99, 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES no 3, de 20 de junho de 2014. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2014, p. 8-11.

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria-Executiva. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Glossário temático: gestão do trabalho e da educação na saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009.

CAIPE. Centre for the Advancement of Interprofessional Education. United Kingdom, 2002. CAVALHEIRO, M. T. P.; GUIMARÃES, A. L. Formação para o SUS e os desafios da integração ensino serviço. Caderno FNEPAS, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 1-9, 2011.

CECCIM, R. B; FEUERWERKER, L. C. M. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis (Impresso), Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 41-65, 2004.

CECCIM, R. B. A emergência da educação e ensino da saúde: interseções e intersetorialidades. Revista Ciência e Saúde, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p. 9-23, jan./jun. 2008.

COSTA, M. V. D. A educação interprofissional como abordagem para a reorientação da formação profissional em saúde. 2014. 142 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.

COSTA, M. V. D. et al. Pró-Saúde e PET-Saúde como espaços de educação interprofissional. Interface (Botucatu. Impresso): comunicação, saúde, educação, Botucatu, v. 19, supl. 1, p. 709-720, 2015.

COSTA, M. V. D.; BORGES, F. A. O Pró-PET-Saúde frente aos desafios do processo de formação profissional em saúde. Interface (Botucatu. Impresso): comunicação, saúde, educação, Botucatu, v. 19, supl. 1, p. 753-763, 2015.

CRISP, N.; CHEN, L. Global supply of health professionals. New England journal of medicine, Boston, v. 370, no. 10, p. 950-957, 2014.

D’AMOUR, D. et al. The conceptual basis for interprofessional collaboration: core con-cepts and theoretical frameworks. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 19,supl. 1, p. 116-131, 2005.

D’AMOUR, D.; OANDASAN, I. Interprofessionality as the field of interprofessional practice and interprofessional education: an emerging concept. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 19, supl. 1, p. 8-20, 2005.

FALKENBERG, M.B.et al. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implicações para a saúde coletiva. MATTOS, R. A. A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade). Cad. Saúde pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 5, p. 1411-1416, set./out. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n5/37.pdf. Acesso em: 25/09/2020 jul. 2020.

FRENK, J. et al. Health professionals for a new century: transforming education to strengthen health systems in an interdependent world. Lancet, London, v. 376, no. 9756, p. 1923-1958, 2010.

GOLDMAN, J. et al. Improving the clarity of the interprofessional field: Implications forresearch and continuing interprofessional education. Journal of continuing education inthe health professions, New York, v. 29, no. 3, p. 151-156, 2009.

GONZALEZ, A. D.; ALMEIDA, M. J. Movimentos de mudança na formação em saúde: da medicina comunitária às diretrizes curriculares. Physis (Impresso), Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 551-570, 2010.

GONZE, G. G.; SILVA, G. A. A integralidade na formação dos profissionais de saúde: tecendo valores. Physis (Impresso), Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 129-146, 2011.

GUPTA, R.; ARORA, V. M. Merging the health system and education silos to better educate future physicians. JAMA, Chicago, v. 314, no. 22, p. 2349-2350, 2015.

HADDAD, A. E. et al. Undergraduate programs for health professionals in Brazil: an analysis from 1991 to 2008. Revista de saúde pública (Impresso), São Paulo, v. 44, n. 3, p. 383-391, 2010.

HAGGMAN-LAITILA, A.; REKOLA, L. Factors influencing partnerships betweenhigher education and healthcare. Nurse education today, Edinburgh, v. 34, no. 10,p. 1290-1297, 2014.

KAHALEH, A. A. et al. An Interprofessional education panel on development, implementation, and assessment strategies. American journal of pharmaceutical education, Lincoln, v. 79, no. 6, p. 78, 2015.

LUZ, M. T. Complexidade do campo da saúde coletiva: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade de saberes e práticas – análise sócio histórica de uma trajetória paradigmática. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 304-311, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v18n2/13.pdf. Acesso em: 25 jul. 2020.

LUZ, M. T. Natural, racional, social: razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1988.

MATTOS R A. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ABRASCO; 2001, p. 39-64

MERHY, E. E. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Editora Hucitec; 2002.

MENDES-GONÇALVES, R. B. Práticas de saúde: processos de trabalho e necessidades. São Paulo: Centro de Formação dos Trabalhadores em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Cadernos CEFOR Série Textos, 1992.

MICKAN, S.; HOFFMAN, S. J.; NASMITH, L. Collaborative practice in a global healthcontext: Common themes from developed and developing countries. Journal of Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 24, no. 5, p. 492-502, 2010.

OANDASAN, I.; REEVES, S. Key elements for interprofessional education. Part 1: the learner, the educator and the learning context. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 19, supl. 1, p. 21-38, 2005.

PARADIS, E. et al. Louder than words: power and conflict in Interprofessional education articles, 1954–2013. Medical education, Oxford, v. 49, no. 4, p. 399-407, 2017.

PEDUZZI, M. Equipe multiprofissional de saúde: a interface entre trabalho e interação. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. 1998.

PIAGET, J. Aprendizagem e Conhecimento. In: PIAGET, J.; GRÉCO, P. Aprendizagem e Conhecimento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1974.

REEVES, S. et al. Interprofessional education: effects on professional practice and healthcare outcomes (update). Cochrane database of systematic reviews. Issue 3, 2013a.

REEVES, S. The need to problematize interprofessional education and practice activities. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 24, no. 4, p. 333-335, 2010.

REEVES, S.; HEAN, S. Why we need theory to help us better understand the nature of interprofessional education, practice and care. Journal of interprofessional care, Abingdon, v. 27, no. 1, p. 1-3, 2013b.

SAN MARTÍN-RODRÍGUEZ, L. et al. The determinants of successful collaboration: A review of theoretical and empirical studies. Journal of interprofessional care, Abingdon,v. 19, supl., 1, p. 132-147, 2005.

SANT’ANNA DIAS, H.; DIAS DE LIMA, L.; TEIXEIRA, M. A trajetória da política nacional de reorientação da formação profissional em saúde no SUS. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6, p. 1613-1624, 2013.

SCAGER, K. et al. Collaborative learning in higher education: evoking positive interdependence. CBE life sciences education, United States, v. 15, no. 4, p. 1-9, 2016.

STEINERT, Y.; NAISMITH, L.; MANN, K. Faculty development initiatives designed to promote leadership in medical education. A BEME systematic review: BEME Guide No.19. Medical teacher, London, v. 34, no. 6, p. 483-503, 2012.

TOASSI, R. F.C. Interprofissionalidade e formação na saúde: onde estamos?, [recurso eletrônico],1.ed. – Porto Alegre: Rede UNIDA, 2017.

WELLER, J.; BOYD, M.; CUMIN, D. Teams, tribes and patient safety: overcoming barriers to effective teamwork in healthcare. Postgraduate medical journal, Oxford, v. 90, no. 1061, p. 149-154, 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Framework for Action on Interprofessional Education e Collaborative Practice. World Health Organization. Department of Human Resources for Health Geneva, Switzerland, 2009.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Transforming and scaling up health professionals’ education and training: World Health Organization guidelines 2013. Geneva: World Health Organization, 2013.

XYRICHIS, A.; REAM, E. Teamwork: a concept analysis. Journal of advanced nursing, Oxford, v. 61, no. 2, p. 232-241, 2008.

Publicado
2021-08-26