DIREITOS HUMANOS E LITERATURA: A FORMAÇÃO DE LEITOR LITERÁRIO NA CASA DE PRISÃO PROVISÓRIA DE ARAGUAÍNA (CPPA)

Palavras-chave: Formação de Leitor. Privação de Liberdade. Letramento Literário.

Resumo

Este artigo busca pensar a formação do leitor literário dentro da Casa de Prisão Provisória de Araguaína (CPPA), norte do Estado do Tocantins. Essa Casa abriga inúmeros homens que por diversos motivos encontram-se sob o poder do Estado. Este trabalho tem cunho qualitativo e baseia-se em uma pesquisa bibliográfica a partir de nossas experiências na referida unidade penal. O objetivo é refletir em que à literatura pode contribuir na formação desses sujeitos privados de liberdade? Essa literatura é vista como amparo social, ou seja, o homem que adota novos hábitos de conhecimentos poderá está obtendo conhecimentos antes só de alguns privilegiados. Esses homens, que estão sob a guarda de grades, são seres, que desejam conhecimento e embora presos, eles têm acesso a diversas obras literárias entre grades, mesmo que sejam impostas pelo sistema. Para se ter acesso aos “direitos humanos é necessário lutar” e com lutas se consegue alcançar lugares mais altos Cândido (1988, p. 193). Percebe-se que as classes vulneráveis são desprovidas de conhecimento, cultura, entre outras coisas importantes na sociedade. Como resultado, teremos uma reflexão sobre os apenados que por via de lei estão sendo ressocializados e devolvidos a sociedade de uma forma social mais humanizadora.

Biografia do Autor

Davi Pereira Gomes, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Graduado em Letras: Língua e Literatura Portuguesa, pela Universidade Federal do Tocantins (UFT - 2016); Pós-graduação em Arte-Educação; Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Letras: Ensino de Língua e Literatura (PPGL) também pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Araguaína. Professor da educação básica pela Secretária de Educação, Juventude e Esportes Seduc/TO.

Márcia Maria Soares de Souza Santos, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Graduada em Letras: Língua Portuguesa e Literatura (UFT - 2016); Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras: Ensino de Língua e Literatura (PPGL–UFT).

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Publicado
2020-11-24
Seção
Artigos