PROCESSOS FORMATIVOS DE GÊNERO EM UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE ITAPETINGA-BA: REFLEXÕES A PARTIR DO PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

  • Nakson Willian Silva Oliveira Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia https://orcid.org/0000-0002-9210-4813
  • Jorsinai de Argolo Souza Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Silvia Regina Marques Jardim Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • José Valdir Jesus de Santana Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Maria de Fátima de Andrade Ferreira Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Palavras-chave: PIBID. Prática docente. Relações sociais de gênero.

Resumo

Este artigo focaliza os processos formativos e sua interface com as relações sociais de gênero em uma escola de educação infantil, e teve como ponto de partida as experiências adquiridas por meio de vivências no Programa de Iniciação à Docência – PIBID - da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Itapetinga, no Subprojeto Pedagogia e Linha de Ação Educação Infantil. A experiência foi desenvolvida em uma das turmas de uma escola municipal de educação infantil situada em Itapetinga-BA. Buscamos refletir acerca da prática docente e suas implicações nos processos formativos de meninos e meninas, além de evidenciar e discutir a importância de intervenções realizadas com as crianças por meio de planejamentos que abordaram a temática relações sociais de gênero. Optamos, neste estudo, pela metodologia qualitativa descritiva, combinada com a técnica de observação participante e com registros em diário de campo. Os resultados demonstraram como a professora regente da turma contribuía com a reprodução e reforço de práticas sexistas para a segregação entre meninos e meninas, por meio de distintos mecanismos que serviam às normas hegemônicas de gênero em nossa sociedade, ao demarcar lugares, modos e limites diferenciados, tendo o sexo biológico como critério para tais práticas.

Biografia do Autor

Nakson Willian Silva Oliveira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; mestrado em Ensino pela Univerisdade Estadual do Sudoeste da Bahia. Dedica-se a estudos e pesquisas sobre gênero e educação; relações sociais de gênero na educação infantil; masculinidades e feminilidades.

Jorsinai de Argolo Souza, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutoranda em Educação pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. Membro do Grupo de Pesquisa e Estudos sobre Infância e Educação Infantil.

Silvia Regina Marques Jardim, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutora em Educação (UNESP; FCLAr, Araraquara-SP). Professora adjunta da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. Membro do Grupo de Pesquisas e Estudos sobre Gênero, Políticas, Álcool e Drogas – GePAD, do Museu Pedagógico da UESB.

José Valdir Jesus de Santana, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Professor Titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. Coordenador do Grupo de Pesquisa em Etnicidades, Relações Raciais e Educação. 

Maria de Fátima de Andrade Ferreira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia. Pós-doutora em Estudos Étnicos e Africans pelo Centro de Estudos Afro-Orientais, Programa Multidisciplinar de Estudos Étnicos e Africanos, da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Profesora Titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão Gestão em Educação e Estudos Transdisciplinares.

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Publicado
2022-08-09
Seção
Artigos