PROCESSOS FORMATIVOS DE GÊNERO EM UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE ITAPETINGA-BA: REFLEXÕES A PARTIR DO PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
Resumo
Este artigo focaliza os processos formativos e sua interface com as relações sociais de gênero em uma escola de educação infantil, e teve como ponto de partida as experiências adquiridas por meio de vivências no Programa de Iniciação à Docência – PIBID - da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Itapetinga, no Subprojeto Pedagogia e Linha de Ação Educação Infantil. A experiência foi desenvolvida em uma das turmas de uma escola municipal de educação infantil situada em Itapetinga-BA. Buscamos refletir acerca da prática docente e suas implicações nos processos formativos de meninos e meninas, além de evidenciar e discutir a importância de intervenções realizadas com as crianças por meio de planejamentos que abordaram a temática relações sociais de gênero. Optamos, neste estudo, pela metodologia qualitativa descritiva, combinada com a técnica de observação participante e com registros em diário de campo. Os resultados demonstraram como a professora regente da turma contribuía com a reprodução e reforço de práticas sexistas para a segregação entre meninos e meninas, por meio de distintos mecanismos que serviam às normas hegemônicas de gênero em nossa sociedade, ao demarcar lugares, modos e limites diferenciados, tendo o sexo biológico como critério para tais práticas.
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