ESTAÇÃO PARECIS: TERRITÓRIO DE FRONTEIRAS E MEMÓRIAS

  • Rudinei Maria Santos Unemat - Universidade do Estado de mato Grosso; Secretaria do Estado de Educação - SEDUC/MT Secretaria Municipal de Educação de Alta Floresta-MT/SME
  • Rosane Rosa Duarte Seluchinesk

Resumo

Neste artigo, propõe-se a relatar as memórias dos indígenas Paresis, que, durante a implantação das linhas de correios e telégrafos, estiveram participando junto à comitiva de Rondon, bem como as consequências deste projeto de interligar os pontos lógicos para comunicação. Os que ficaram foram influenciados pelos não-indígenas, com suas formas de viver diferente, além de deixar marcas irreparáveis durante o processo de demarcação das terras, as preocupações de uma comunidade que poderia continuar usufruindo da terra e dos rios para sobrevivência de seu povo. Novas preocupações se expandem sobre a Aldeia, que, por ventura sofreu violências sob todos os aspectos, bem como influências desastrosas. O que se teve o que se tem, são apenas restos ou lugares de memórias para recordar

Biografia do Autor

Rudinei Maria Santos, Unemat - Universidade do Estado de mato Grosso; Secretaria do Estado de Educação - SEDUC/MT Secretaria Municipal de Educação de Alta Floresta-MT/SME
Pedagoga e Historiadora, atuando a mais de 10 anos na Educação Especial e infantil
Rosane Rosa Duarte Seluchinesk
Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso (1993) e mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1999) e Doutorado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (2008). Atualmente é professor titular da Universidade do Estado de Mato Grosso. Tem experiência na área de estudos sobre educação, ocupação da Amazônia, meio ambiente, desenvolvimento sustentável, gestão e políticas públicas, formação de professores e estudos de gênero. Desenvolve projeto de pesquisa e extensão com pequenos agricultores e assentados, populações tradicionais, ribeirinhos e povos indígenas.

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Publicado
2017-10-27