MAPEAMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DE ESPÉCIES DE MANGUEZAL

Palavras-chave: Avicennia Germinans. Ecossistema Costeiro. Patentes.

Resumo

Manguezal é um ecossistema costeiro característico de regiões tropicais e subtropicais. As espécies Avicennia germinans e Avicennia schaueriana presentes nesta área apresentam importância ecológica e econômica. Assim, objetivou-se realizar um mapeamento dos avanços científicos e tecnológicos sobre estas espécies. Foi realizada busca em bancos de dados nacionais e internacionais de artigos e patentes com as palavras-chave: “Avicennia”, “Avicennia AND germinans” e “Avicennia AND schaueriana” no título ou/e resumo. Um número considerável de documentos foi registrado para o gênero “Avicennia”, e a espécie Avicennia schaueriana possui registro de patentes na WIPO e INPI. Os EUA e Brasil possuem maior número de pesquisas, com início na década de 1980. A maior concentração de pesquisas foi em Ciências Ambientais e o CIP de maior distribuição foi A61K. Conclui-se que existe um crescente interesse científico e tecnológico sobre o gênero Avicennia e o Brasil vem destacando-se com potencial para inovação tecnológica acerca do grupo.

Biografia do Autor

Maria Gracelia Paiva Nascimento, Universidade Federal do Piauí - UFPI

Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

Graziela de Araújo Lima, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Mestranda em Botânica pelo Programa de Pós-graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). 

Cleiton Barroso Bittencourt, Universidade Federal de Lavras - UFLA

Doutorando em Biotecnologia Vegetal pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Vegetal da Universidade Federal de Lavras (UFLA). 

Simon Joseph Mayo, Royal Botanic Gardens Kew - Reino Unido

Doutor em Botânica pela Universidade de Reading, Reino Unido.Pesquisador Associado Honorário do Herbarium, Royal Botanic Gardens Kew, Reino Unido. 

Ivanilza Moreira de Andrade, Universidade Federal do Piauí - UFPI

Doutora em Botânica pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Professora Permanente do Programa de Mestrado em Biotecnologia da UFPI (BIOTEC) e professora do quadro permanente do Programa de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA). 

Referências

AGORAMOORTHY G. et al. Antibacterial and antifungal activities of fatty acid methyl esters of the blind-your-eye mangrove from India. Brazilian Journal of Microbiology. v. 38, n. 4, p. 739-42. 2007.

ALIZADEH BEHBAHANI, Behrooz et al. Antimicrobial activity of Avicennia marina extracts ethanol, methanol & glycerin against Penicillium digitatum (citrus green mold). Scientific Journal of Microbiology, v.1, n.7, p.147-151. 2012.

ALVARENGA, Elenice Monte; FREITAS, Rivelilson Mendes; MEDEIROS, Jand Rolim. Prospecção tecnológica da atividade biológica, com ênfase em atividade antidiarreica, de carvacrol e acetato de carvacrolila. Revista GEINTEC-Gestão, Inovação e Tecnologias, v. 5, n. 1, p. 1639-1651, 2015.

ALVES, Rômulo Romeu Nóbrega; SASSI, Roberto; SANTANA, Gindomar Gomes. The mangrove forest at Bucatu Lagoon, Northeast Brazil: structural characterization and anthropic impacts. Tropical Conservation Science. v. 6, n. 2, p. 254–267. 2013.

AMPARO, Keize Katiane dos Santos; RIBEIRO, Maria do Carmo Oliveira; GUARIEIRO, Lílian Lefol Nani. Estudo de caso utilizando mapeamento de prospecção tecnológica como principal ferramenta de busca científica. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 17, n. 4, p. 195-209, 2012.

ARAÚJO, Limaria et al. Structure of a disturbed mangrove in the Rio Parnaíba delta, Piauí, northeast Brazil. Feddes Repertorium. v. 129, n. 2, p. 75–91. 2018.

AUNG, Toe Toe; MOCHIDA, Yukira; THAN, Maung Maung. Prediction of recovery pathways of cyclone-disturbed mangroves in the mega delta of Myanmar. Forest Ecology and Management. v. 293, n. p. 103–113. 2013.

BRAZ, Denise Monte; AZEVEDO, Igor Henrique Freitas. Acanthaceae da Marambaia, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Hoehnea, v. 43, n. 3, p. 497-516. 2016.

BERGER, U.; WOLFF, M. System processes and forest development. In: U. Saint-Paul & H. Schneider (eds.), Mangrove dynamics and management in North Brazil. Springer Verlag, Heidelberg, 2010. pp. 143-151.

BERNINI, Elaine et al. Fitossociologia de florestas de mangue plantadas e naturais no estuário do Rio das Ostras, Rio de Janeiro, Brasil. Biotemas. v. 27, n. 1, p. 37–48. 2014.

BHIMBA, B Valentin. et al. Antibacterial activity and characterization of secondary metabolites isolated from mangrove plant Avicennia officinalis. Asian Pacific Journal of Tropical Medicine, v. 3, n. 7, p.544-546. 2010.

BOUSQUET-MÉLOU, Anne; FAUVEL, Marie-Thérèse. Inter-specific variationin the concentration of two iridoid glucosides in Avicennia L. (Avicenniaceae Endl.). Biochemical Systematics and Ecology. v. 26, n. 1, p. 935–940. 1998.

CALDEIRANI, Fabiana Alves; ORLANDELLI, Ravely Casarotti; PAMPHILE, João Alencar. Compostos bioativos com propriedades antitumorais produzidos por fungos endofíticos. Revista Uningá Review, v. 25, n. 2, p.79-86 2016.

CALEGARIO, Gabriela et al. Mangrove Forest Structure in the São João River Estuary, Rio de Janeiro, Brazil. Journal of Coastal Research, p. 31, n. 3, p. 653-660, 2015.

CARNEIRO, Diogo Borges; BARBOZA, Myrian Sá Leitão; MENEZES, Moirah Paula. Plantas nativas úteis na Vila dos Pescadores da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, Pará, Brasil. Acta Botanica Brasilica. v. 24, n. 4, p. 1027-1033. 2010.

CHAOTIAN, W. et al. External-applied traditional chinese medicine bag and using method thereof. CN101099839. Patente. 2007.

CINTRÓN, Gilberto; SCHAEFFER-NOVELLI, Yara. Introdución a la ecologia del manglar. Montevideo, UNESCO/ROSTLAC. 168 p. 1983.

CLOUGH, B. F. Growth, salt balance of the mangroves, Avicennia marina (Forsk.) Vierh. and Rhizophora stylosa Griff., in relation to salinity. Australian Journal of Plant Physiology. v. 11. n. 5 p. 419-430, 1984.

DODD, Richard S.; RAFII, Z. Afzal; BOUSQUET-MÉLOU, Anne. Evolutionary divergence in the pan-Atlantic mangrove Avicennia germinans. New Phytologist, v. 145, n. 1, p.115–125. 2000.

ECK, Nees Van; WALTMAN, Ludo. Software survey: VOSviewer, a computer program for bibliometric mapping. Scientometrics. v. 84. n. 2, p. 523–538, 2010.

FAO. The World’s Mangroves (1980 – 2005). Food and Agriculture Organization of the United Nations Forestry Paper - 153. Roma, 2007. Disponível em: www.fao.org/forestry/mangroves. Acesso em: 29 abr. 2020.

FENG, Yan et al. Iridoid glucosides and flavones from the aerial parts of Avicennia marina. Chemistry & Biodiversity. v. 3, n. 7, p. 799-806. 2006.

FERNANDES, Rogério Taygra Vasconcelos. Recuperação de manguezais. Rio de Janeiro: Interciência, p. 305-310, 2012.

Flora do Brasil, Avicennia in: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB79916. Acesso em: 10 abr. 2020.

FOGLIO, Mary Ann et al. Plantas medicinais como fonte de recursos terapêuticos: um modelo multidisciplinar. Construindo a história dos produtos naturais, v. 7, p. 1-8, 2006.

FUME, M. (Org). Atlas dos Manguezais do Brasil - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. – Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2018. 176 p. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/manguezais/atlas_dos_manguezais_do_brasil.pdf. Acesso em: 29 abr. 2020.

FRANCIS, John K.; LOWE, Carol A. Avicennia germinans (L.) L. In: J. K. Francis J; C. A. Lowe & S. Trabanino (eds.) Bioecología de arboles nativos y exoticos de Puerto Rico y las Indias Occidentales. United States Department of Agriculture Rio Piedras, Puerto Rico, 2000, pp. 59–64.

GIRI, Chandra et al. Status and distribution of mangrove forests of the world using earth observation satellite data. Global Ecology and Biogeography, v.20, n.1. p.154 -159, 2010.

HOLLOWELL, Thomas H. Plant community structure, fire disturbance, and recovery in mangrove swamps of the Waini Peninsula, Guyana. Contributions to the Study of Biological Diversity, Centre for the Study of Biological Diversity. v. 3, 2009. 166p.

ITO, Chihiro et al. Chemical constituents of Avicennia alba. Isolationand structural elucidation of a new naphthoquinones and their analogues. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, v. 48, n. 1, p. 339–343. 2000.

JERATH, Meenakshi et al. The role of economic, policy, and ecological factors in estimating the value of carbon stocks in Everglades mangrove forests, South Florida, USA. Environmental Science & Policy, v. 66, n. 1, p. 160-169, 2016.

KUPFER, David; TIGRE, Paulo Bastos. Prospecção Tecnológica. In: CARUSO, L. A.; TIGRE, P. B. (Org.). Modelo SENAI de prospecção: documento metodológico. Montevideo: OIT/CINTERFOR, 2004.

LONDE, Vinícius et al. Estrutura da vegetação de mangue associada ao gradiente de inundação no litoral norte do Espírito Santo, Brasil. Revista Árvore, v.37, n.4, p.629-637, 2013.

LOPES, Caroline Maria Igrejas; DE SOUZA, Ivone Antônia; VIEIRA, Jeymesson Raphael Cardoso; SÁ, Jéssica Guido De Araújo; LEAL, Leila Bastos; EVÊNCIO, Liriane Baratella. Creme de avicennia schaueriana e processo de obtenção. BR102018010514. Patente. 2019.

MAIA, Rafaela Camargo; COUTINHO, Ricardo. Structural characteristics of mangrove forests in Brazilian estuaries: a comparative study. Revista de Biologia Marina y Oceanografia. v. 47, n. 1, p. 87–98. 2012.

MADI, Ana Paula Lang Martins et al. Estrutura do componente de regeneração natural e arbóreo de dois manguezais no estado do Paraná. Ciência Florestal, v. 26, n. 1, p. 159-170, 2016. MMA. Zona Costeira Marinha. Disponível em: https://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-aquatica/zona-costeira-e-marinha.html. Acesso em: 2 abr. 2020.

MMA-Ministério do Meio Ambiente. Mapeamento das áreas de manguezais do Brasil. 2009. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-aquatica/zona-costeira-e-marinha/manguezais. Acesso em: 9 mar. 2020.

MOREIRA, Ícaro Thiago Andrade. Sistema para tratamento de águas, solos e sedimentos poluídos por petróleo, metais pesados, efluentes industriais e lodo de esgoto. BR102017027964. Patente. 2019.

NAGELKERKEN, Ivan. et al. The habitat function of mangroves for terrestrial and marine fauna: a review. Aquatic botany, v. 89, n. 2, p. 155-185, 2008.

PARIDA, Ajay; VENKATRAMAN, Gayatri. Abiotic stress tolerant gene from Avicennia marina encoding a protein. CA2648516. Patente. 2007.

PARIDA, Ajay; ANGELA, Preeti Mehta; VENKATRAMAN, Gayatri. Gene desidrina da Avicennia marina responsável por conferir tolerância ao sal nas plantas. CA2621981. Patente. 2007.

PETRI, Detony José Calenzani et al. Distribuição das espécies e estrutura do manguezal do rio Benevente, Anchieta, ES. Biota Neotropica. v. 11, n. 3, p. 107-116, 2015.

PROFICE, S. R. et al. 2017: Acanthaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/ floradobrasil/FB79916. Acesso em: 20 abr. 2020.

SATYANARAYANA, Behara et al. Mangrove species distribution and abundance in relation to local environmental settings: a case-study at Tumpat, Kelantan Delta, east coast of peninsular Malaysia. Botanica Marina, v. 53, n. 1, p. 79-88, 2010.

SCIELO. Scientific Electronic Library Online. Disponível em: https://search.scielo.org. Acesso em: 29 abr. 2020.

SCHMIEGELOW, João Marcos Miragaia; GIANESELLA, Sônia Maria Flores. Absence of zonation in a mangrove forest in southeastern Brazil. Brazilian Journal of Oceanography. v. 62, n. 2, p. 117–131. 2014.

SCHAEFFER-NOVELLI, Yara. Manguezal: ecossistema entre a terra e o mar. São Paulo: Caribbean Ecological Research, p. 7. 1995.

SCHAEFFER-NOVELLI, Yara. Mangue e manguezal. Atlas dos manguezais do Brasil, p. 17-22, 2018.

SOARES, Mário Luiz Gomes et al. Caracterização das florestas de mangue do complexo estuarino de Caravelas (Bahia, Brasil). Boletim técnico-científico do CEPENE, v. 16, n. 5, p. 23-41, 2008.

SOUZA, Marta Maria de Almeida; SAMPAIO, Everardo Valadares de Sá Barreto. Estrutura dos mangues em áreas pouco antropizadas e em regeneração no rio Pacoti, CE. Caderno de Cultura e Ciência, v.12, n. 2, p. 32–43. 2013.

STOCKMANN, Uta et al. Global Soil Organic Carbon Assessment. Global Food Security. v. 6, p. 9–16, 2015.

SUBRAHMANYAM, C. et al. Bioactive diterpenes from the mangrove Avicennia officinalis Linn. Indian Journal of Chemistry, v. 45, n.1. p. 2556–2557. 2006.

SUGANTHY, Natarajan; PANDIAN, Shanmugiahthevar Karutha; DEVI, Kasi Pandima. Cholinesterase inhibitory effects of Rhizophora lamarckii, Avicennia officinalis, Sesuvium portula castrum and Suaedamonica: mangroves inhabiting an Indian coastal area (Vellar Estuary). Journal of Enzyme Inhibition and Medicinal Chemistry. v. 24, n. 1, p. 702–707. 2009.

TARIQ, Marium et al. Use of Avicennia marina in the control root infecting fungi in okra and mash bean. Pakistan Journal of Botany. v. 38, n. 3, p.811-815. 2006.

TOMLINSON, Philip. Barry. The Botany of Mangroves. New York: Cambridge University Press, 2. ed. 2016. 418p.

WANG, Lingxia et al. Proteomic analysis of salt-responsive proteins in the leaves of mangrove Kandelia candel during short-term stress. PLoS One, v. 9, n. 1, 2014.

WEIDONG, H. Technique for processing fruit with Avicennia marina. CN101268796. Patente. 2008.

WELSH, Teresa S. Bibliometrics and Scientometrics. Qualitative and Quantitative Methods in Libraries (QQML), v. 1, n. 3, p. 1-3. 2015.

WIPO. Classificação Internacional de Patentes in WIPO. Disponível em: https://www.wipo. int/classifica tions/ipc/en/. Acesso em: 30 abr. 2020.

WIPO. Mangrove in WIPO. Disponível em: https://patentscope.wipo.int/search/pt/result.jsf. Acesso em: 03 abr. 2020.

ZHENG, Chao et al. Antiproliferative metabolites from the endophytic fungus Penicillium sp. FJ-1 isolated from a mangrove Avicennia marina. Phytochemistry Letters. v.10, n. 2, p. 272-275. 2014.

Publicado
2021-10-18