MOBILIZAÇÕES EM REDE, TERRITORIALIDADES EPISÓDICAS E IDENTIDADES FLUTUANTES: REFLEXÕES SOBRE O MOVIMENTO #ELENÃO

Palavras-chave: Protesto. Cidade. Insurgência. Rede. Espacialidade.

Resumo

O movimento #EleNão tomou espaço nas ruas, nos noticiários e na internet ao longo das discussões suscitadas com as eleições brasileiras de 2018. A mobilização, liderada por mulheres, surgiu a partir de articulações nas redes sociais para reflexões sobre a agenda e oposição ao então presidenciável Jair Bolsonaro. Em setembro de 2018, protestos se difundiram pelas 27 unidades federativas do país e conjugaram uma mobilização em rede de refletância on-line e off-line. O movimento desperta indagações sobre as mobilizações sociais mais recentes, especialmente aquelas em rede. Procurou-se refletir aqui a estética e a organização do movimento #EleNão. Para tanto, considerou-se aspectos como as tessituras insurgentes e sociopolíticas das mobilizações em rede contemporâneas e as categorias territorialidades - aqui, tomadas como insurgentes e episódicas - e identidades - discutidas aqui como flutuantes. 



Biografia do Autor

Gustavo Souza Santos, Centro Universitário FIPMoc (UNIFIPMoc)

Doutorando em Desenvolvimento Social e mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Professor do Centro Universitário FIPMoc (UNIFIPMoc), onde coordena o POP - Grupo de Pesquisa em Imagem, Comunicação e Cultura. 

Anete Marília Pereira, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professora do Departamento de Geociências e dos programas de pós-graduação em Geografia e em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). 

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Publicado
2021-08-26
Seção
FLUXO CONTÍNUO - Artigos