A CONSTRUÇÃO HISTÓRICO-SOCIOLÓGICA DO DISCURSO CONSERVADOR E DO DISCURSO PROGRESSISTA: DA GRÉCIA ANTIGA À RESTAURAÇÃO

Palavras-chave: Retórica. Argumentação. Discurso Conservador. Discurso Progressista. Discurso Político.

Resumo

O presente trabalho tem o objetivo de traçar a construção histórico-sociológica do discurso conservador e do discurso progressista, bem como de situá-los no espectro ideológico do discurso político. Para isso, lança-se mão no artigo dos pressupostos teórico-metodológicos de distinção entre esquerda e direita propostos por Bobbio e Charaudeau. A conclusão é que o discurso conservador é mais afeito à direita do que à esquerda política, e que a construção histórico-sociológica do progressismo e do conservadorismo se deu de forma dialética, em resposta a avanços e recuos de um e de outro.

Biografia do Autor

Frederico Rios C. dos Santos, Universidade de São Paulo

Doutor em Relações Internacionais (USP, com período sanduíche na Sciences Po Paris, 2020) e em Linguística do Texto e do Discurso (UFMG, com período sanduíche na Sorbonne, 2019). Pesquisador no NEAC-USP e no RetorAr-UFMG. 

Referências

AUERBACH, M. The Conservative Illusion. New York: Columbia University Press, 1959.
BARONE, F. Immagini filosofiche della scienza. Roma: Laterza, 1983.
BOBBIO, N. Direita e Esquerda: razões e significados de uma distinção política. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
BURKE, E. Reflexões sobre a revolução em França. Brasília: Editora da UNB, 1982.
CASSIRER, E. A filosofia do Iluminismo. Campinas: Editora da Unicamp, 1992.
CECIL, H. Conservatism. London: Thornton Butterworth, 1912.
CHARAUDEAU, P. Du discours politique au discours populiste. Le populisme est-il de droite ou de gauche? In: CORCUERA, F. et alii (org.). Les discours politiques. Regards croisés. Paris: L’Harmattan, 2016, p. 32-43.
FURET, F. A Revolução em debate. Bauru: Edusc, 2001.
GARIN, E. L'Umanesimo italiano. Florença: Sansoni, 1981.
HIRSCHMAN, A. O. The Rhetoric of Reaction: perversity, futility, jeopardy. Cambridge (Massachusetts), and London (England): The Belknap Press of Harvard University Press, 1991.
HUNTINGTON, S. Conservatism as an Ideology. The American Political Science Review, v. 51, n. 2, 1957, p. 454-473.
KEKES, J. A case for conservatism. New York: Cornell University Press, 1998.
MAIA, G.; GÓES, B. ‘Se está sendo criticado, é sinal de que é a pessoa adequada’ para embaixada nos EUA, diz Bolsonaro sobre filho. O Globo. 15 de jul. 2019. Disponível em: < https://oglobo.globo.com/mundo/se-esta-sendo-criticado-sinal-de-que-a-pessoa-adequada-para-embaixada-nos-eua-diz-bolsonaro-sobre-filho-23808746 >. Acesso em: 17 de nov. 2019.
MATTEUCCI, N. Liberalismo. In: BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. (Orgs.). Dicionário de Política. Brasília: UNB, 1998, pp. 685-705.
PIERUCCI, A. F. A direita mora do outro lado da cidade. XII Encontro Anual da Anpocs, Águas de São Pedro, out. 1988. Disponível em: < www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_10/rbcs10_03.htm >. Acesso em: 14 jun. 2019.
QUADROS, M. P. R. O conservadorismo à brasileira: sociedade e elites políticas na contemporaneidade. 2015. 273f. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Porto Alegre, 2015.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: de Spinoza a Kant, v. 4. São Paulo: Paulus, 2005a.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: a filosofia pagã antiga, v. 1. São Paulo: Paulus, 2005c.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: a patrística e a escolástica, v. 2. São Paulo: Paulus, 2005d.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: do Romantismo ao Empiriocriticismo, v. 5. São Paulo: Paulus, 2005e.
RUGGIERO, G. L'eta del Romanticismo. In: RUGGIERO, G. Storia della filosofia. Bari: Laterza, 1957.
SANTOS, Frederico Rios C. dos. A Retórica da Guerra Cultural no Parlamento brasileiro: a argumentação no impeachment de Dilma Rousseff. 2019. 315f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Linguística. Belo Horizonte, 2019.
VINCENT, A. As ideologias políticas modernas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
Publicado
2021-06-28