TOCANTINS: ESTUDO DIALETOLÓGICO DAS BRINCADEIRAS INFANTIS PIPA/PAPAGAIO E ESTILINGUE/BALADEIRA

Résumé

O Estado do Tocantins tornou-se um espaço multivarietal devido ao desmembramento de terras goianas ocorridas entre os séculos XIX e XX e, com isso, houve grande fluxo migratório de pessoas oriundas de outras regiões brasileiras para o que hoje se tornou o novo Estado. Tendo em vista este cenário, em que coexistem diferentes grupos, é de interesse deste trabalho fornecer uma microvisão da variação dialetal do Estado a partir das análises dos brinquedos infantis conhecidos por estilingue/baladeira e papagaio/pipa em 12 cidades tocantinenses. Além disso, objetiva-se verificar como se comportam as variantes decorrentes dos topodinâmicos, pessoas provenientes de outras localidades, mas que habitam as cidades pesquisadas, em comparação com as formas oriundas dos falantes mais locais, os topoestáticos, nascidos e criados na localidade, totalizando 96 informantes. A coleta foi realizada com base no recorte do questionário do “Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (ALiTTETO)”. As designações foram analisadas de acordo com os pressupostos da Dialetologia Pluridimensional e Relacional. Assim, o artigo conclui que as variantes pipa/pipão e baladeira são usadas em grande escala pelo público investigado.

Bibliographies de l'auteur

Bruna Lorraynne Dias Menezes, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Mestra em Letras pelo Programa de Pós-graduação em Letras (PPGLetras) da Universidade Federal do Tocantins (UFT).  

Greize Alves da Silva , Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Docente do Programa de Pós-graduação em Letras (PPGLetras) da Universidade Federal do Tocantins (UFT). 

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Publiée
2022-09-28