AS PREDISPOSIÇÕES DE USO DA CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL NA ESCRITA DE RELATÓRIOS DE ESTÁGIO DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE LETRAS
Resumo
O artigo possui como objeto de estudo relatórios de estágio produzidos por acadêmicos do curso de Letras da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e propõe-se a identificar padrões linguísticos e eventuais variações em relação à norma padrão na aplicação da concordância de número em sintagmas verbais e nominais. Sob a perspectiva da Sociolinguística, aborda, ainda, o impacto da norma padrão no comportamento dos acadêmicos, a escrita do gênero como via de consolidação da identidade docente e a necessidade de intervenções pedagógicas que diminuam o preconceito linguístico associado às estruturas que fogem à norma de privilégio e amenizem a sensação de incompetência linguística em contextos multilíngue e intercultural, como o universitário. De abordagem qualitativa e de procedimento documental, a análise indica que as variações mais frequentes nos relatórios ocorrem em sintagmas nominais e que a inversão entre sujeito e verbo é comum.
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Trad. Maria Emsantina Galvão G. Pereira. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. O professor pesquisador: introdução à pesquisa qualitativa, 2008.
CARDOSO, Caroline Rodrigues; COBUCCI, Paula. Concordância de Número no Português Brasileiro. In: BORTONI-RICARDO, Stella Maris et al (org.). Por que a escola não ensina gramática assim? São Paulo: Parábola, 2014. p. 71-107.
CASTILHO, Ataliba Teixeira. Variação dialetal e ensino institucionalizado da língua portuguesa. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 1, p. 13–20, 2012. DOI: 10.20396/cel.v1i0.8636617. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636617. Acesso em: 10 mar. 2025.
BRASIL. Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 2008.
DE OLIVEIRA, Valeska Fortes. A escrita como dispositivo na formação de
professores. 17o Congresso de Leitura do Brasil – COLE. 2009.
FERREIRA, Elisa Cristina Amorim. Escrita na universidade: Apontamentos sobre o gênero relato. IV Simpósio Nacional de Linguagens e Gêneros Textuais (SINALGE), 2017.
FIAD, Raquel Salek; DA SILVA, Lilian Lopes Martin. Escrita na formação docente: relatos de estágio. Acta Scientiarum. Language and Culture, v. 31, n. 2, p. 123-131, 2009.
FLEURI, Reinaldo Matias. Desafios à educação intercultural no Brasil. Revista Educação, Sociedade & Cultura, nº 16, 2001, 45-62.
HANNA, P. C. M. Educação Intercultural: limites e possibilidades no trabalho docente. Artigo apresentado no X Congresso Nacional de Educação – EDUCERE e I Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividades e Educação – SIRSSE. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, 7 a 10 de novembro de 2011.
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos. 2014.
KLEIMAN, Ângela B. (1995). Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: SIGNORINI, Inês (Org.). Alfabetização: A questão dos métodos. Campinas: Mercado de Letras, 1995. p. 15 – 61.
LUCCHESI, Dante. Norma linguística e realidade social. In: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2002. p. 63-92.
LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. Em Aberto, v. 5, n. 31, 1986.
MOITA LOPES, Luiz Paulo da M. (2006). Letramentos e (in)subjetivação. In: SIGNORINI, Inês; MOITA LOPES, Luiz Paulo da M. (Orgs.). Letramento e cultura. Campinas: Mercado de Letras, 2006. p. 21-42.
OMITTO, Melina Borges. Por que escrevo? Os desafios da escrita acadêmica no Ensino Superior. Linha Mestra, v. 16, n. 46, p. 393-401, 2022.
SILVA, Wagner Rodrigues; FAJARDO-TURBIN, Ana Emília. Como fazer relatórios de estágio supervisionado: formação de professores nas licenciaturas. Brasília: Liber Livro, 2012.
VIEIRA, Francisco Eduardo; FARACO, Carlos Alberto. Escrever na universidade: fundamentos. São Paulo: Parábola, 2019.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).
