A IMPOSIÇÃO DA MATERNIDADE EM KIM JIYOUNG, NASCIDA EM 1982, DE CHO NAM – JOO
Resumo
O presente artigo analisa a imposição da maternidade na obra Kim Jiyoung, nascida em 1982, de Cho Nam-Joo, evidenciando como a protagonista e as mulheres de sua família vivenciam a maternidade como um destino compulsório, e não como uma escolha genuína. A partir de uma leitura crítica do romance, articulada com teóricas como Élisabeth Badinter (1985) e Silvia Federici (2019), discutiremos como a maternidade se configura como um dispositivo de controle social e econômico dentro do sistema patriarcal. A narrativa de Kim Jiyoung expõe não apenas as expectativas e sacrifícios impostos às mães, mas também as contradições que as cercam: qualquer que seja a escolha da mulher — trabalhar fora ou dedicar-se integralmente ao lar — será alvo de julgamentos e punições sociais. Além disso, a obra evidencia a relação entre maternidade e capitalismo, destacando como o trabalho materno, essencial para a manutenção da sociedade, é romantizado, mas invisibilizado e desvalorizado. Dessa forma, este estudo busca contribuir para a reflexão sobre a maternidade compulsória e seus impactos na subjetividade feminina, ressaltando a importância da literatura como meio de denúncia e resistência.
Referências
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XAVIER, Amanda Karolina Oliveira; FREITAS, Talita Maria Machado de. Da sacralização ao purgatório: maternidade compulsória e o mito do amor materno. JNT – Facit Business and Technology Journal, v. 3, n. 39, 2022.
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