Efeitos de substratos, luz e temperatura na germinação de sementes da espécie Buchenavia tomentosa Eichler (merindiba) em condições de laboratório

  • Inês Ramos Azevedo SEAGRO - TO/LAMAM, LBA - UFT
  • Haroldo Nogueira de Paiva Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa.
  • José Mauro Gomes Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa.

Resumo

O presente estudo foi dividido em três etapas nos quais foram utilizadas sementes de Buchenavia
tomentosa. Na primeira, etapa determinou-se o teor de umidade inicial das sementes destas espécies. Para
tanto, adotou-se as recomendações estabelecidas no RAS (Regras para Análise de Sementes). Na segunda
etapa, avaliou-se o efeito de diferentes substratos, luz e temperatura na determinação da viabilidade das
sementes por meio do percentual de germinação e do índice de velocidade de germinação (IVG). Na última
fase, determinou-se a viabilidade das sementes duras que após 30 dias do início do teste de germinação
encontravam-se no mesmo estado de dureza, sem que tenha ocorrido a embebição de água (sementes nãogerminadas).
Utilizou-se sementes provenientes de matrizes escolhidas aleatóriamente na área do Projeto
Sub-bacia São João. Nos testes de germinação, em todos os tratamentos, foram feitas 4 repetições com
20 sementes cada. Foram usados 4 substratos distintos: rolo de papel, papel filtro, vermiculita e algodão.
Empregou-se 2 condições de luz: presença e ausência de luz. As temperaturas utilizadas foram: constante a
25ºC e alternada 20 – 30ºC, com fotoperíodo de 8 horas a 30ºC e 16 horas a 20ºC. O Delineamento estatístico
adotado foi o inteiramente casualizado com arranjo fatorial, subdividido em parcelas 4x2x2 (substrato x luz x
temperatura). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Os dados
de porcentagem de germinação foram transformados em arc sen . As sementes restantes não germinadas
durante o período de trinta dias foram imersas em uma solução de água destilada e sal de tetrazólio (cloreto
de 2,3,5 trifeniltetrazólio), na concentração de 1 %, por 24 horas. Os resultados permitiram verificar que o
teor de umidade inicial das sementes foi de 6,02% sendo considerado normal. O papel de filtro juntamente
com a temperatura constante de 25ºC é a melhor combinação para as características avaliadas nas sementes
de Buchenavia tomentosa, sendo seguido pelo substrato rolo de papel para a mesma temperatura. No
teste de tetrazólio observou-se um grande número de sementes viáveis da referida espécie sem germinar,
provavelmente este fato ocorreu devido ao processo de quebra de dormência, ataque de patógenos ou
mesmo ao curto período de observação do processo de germinação de 30 dias.

Biografia do Autor

Inês Ramos Azevedo, SEAGRO - TO/LAMAM, LBA - UFT
Possui Graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1987), Especialização em Fruticultura Tropical pela Fundação Universidade do Tocantins (2001), Mestrado e Doutorado em Ciência Florestal - UFV (2003; 2008). Foi Professora da Fundação Universidade do Tocantins de 1996 a 2011. Funcionária efetiva da Secretaria da Agricultura e da Pecuária do Estado do Tocantins, foi Professora da Universidade Aberta do Brasil - UAB/CTE/UFT e atualmente é Professora Convidada/Colaboradora e Pesquisadora na Universidade Federal do Tocantins. Possui experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Sementes, Propagação e Fisiologia de Espécies Florestais, atuando principalmente nos seguintes temas: viveiros, laboratório de sementes, arborização, paisagismo, ecologia, restauração de áreas degradadas, silvicultura, reflorestamento, enriquecimento florestal, revegetação, áreas alagadas, degradação ambiental, florística e fitossociologia, Cerrado, savana florestada e seqüestro de carbono.
Haroldo Nogueira de Paiva, Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa.

EngenheiroFlorestal, D.S. Professor do Departamento de Engenharia Florestal daUniversidade Federal de Viçosa. E-mail: hnpaiva@ufv.br.

José Mauro Gomes, Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa.

EngenheiroFlorestal, D.S. Professor do Departamento de Engenharia Florestal daUniversidade Federal de Viçosa. E-mail: jmgomes@ufv.br.

Referências

AMERICAN SOCIETY OF AGRICULTURAL ENGINEERS.

Moisture measurement unground grain and seeds

30. ed. Saint Joseph, 1992. 404 p. (ASAE Standard and seeds. ASAE, S. 353. 2).

Azevedo, M.I.R. Qualidade de mudas de cedro-rosa

(Cedrela fissilis Vell.) e de ipê-amarelo (Tabebuia

serratifolia (Vahl) Nich.) produzidas em diferentes

substratos e tubetes. 2003. 88p. Dissertação (Mestrado

em Ciência Florestal) - Universidade Federal de Viçosa.

Viçosa, MG.

Borges, E. E. L.; Rena, A. B. Germinação de sementes.

In: Aguiar, I. B.; Piña-Rodrigues, F. C. M.; Figliolia, M.

B. (Coords.) Sementes florestais tropicais. Brasília:

ABRATES, 1993. 83-135.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.

Regras de análise de sementes. Brasília – DF: SNAD/

DND/CLAV. 1992. 365 p.

Carvalho, N.M. O conceito de vigor em sementes. In:

VIEIRA, R.D. e CARVALHO, N.M. (Eds.). Testes de vigor

em sementes. Jaboticabal, FUNEP. 1994. 1-30 p.

Felfili, J. M. Dinâmica do cerrado. 2001. In: Anais do

I Workshop sobre Incêndios Florestais no Cerrado.

Comunicações Técnicas Florestais.3, (2), 16-21.

Gomes, S.M.S.; Bruno, L. 1992. A influência da

temperatura e substrato na germinação de sementes

de urucum (Bixa orellana L.). Revista Brasileira de

Sementes.14, (1), 47-50.

Krzyzanowski, F.C.; Vieira, R.D.; França Neto, J.B. Vigor

de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES,

218p.

Lorenzi, H. Árvores brasileiras: manual de identificação

e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2.ed.

Nova Odessa: Editora Plantarum. v. 2. 2002.

Maguire, J.D. 1962. Speed of germination in selection

and evaluation of seedling emergence and vigor. Crop

Science, Madison.2, (1), 176-177.

Marcos-Filho, J. Testes de Vigor: Importância e

Utilização. In: Krzyzanowski, F.C.; .Vieira, R.D.; França-

Neto, J.B. (Eds.). Vigor de sementes: conceitos e testes.

Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes,

Comitê de vigor de sementes. Londrina: ABRATES,

p. (1-1) – (1- 21)

Martins, R. de C.C. Germinação e crescimento inicial de

três espécies pioneiras do bioma cerrado no Distrito

Federal, Brasil. 2004. 141f. Tese (Doutorado em Ciência

Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,

MG.

Mello, J.I. de O.; Barbedo, C.J. 2007. Temperatura,

luz e substrato para germinação de sementes de

Pau-Brasil (Caesalpinia echinata Lam., Leguminosae -

Caesalpinioideae). Revista Árvore. 31, (4), 645-655.

Nascimento, W.M.O.; Carvalho, N.M. 1998.

Determinação da viabilidade de sementes de jenipapo

(Genipa americana L.) através do teste de tetrazólio.

Revista Brasileira de Sementes, Campinas.20, (2), 470-

Piña-Rodrigues, F. C. M.; Filgliolia, M. B.; Peixoto, M.

C. Testes de qualidade. In: Ferreira, A. G.; Borghetti,

F. (Org.). Germinação – do básico ao aplicado. Porto

Alegre: Artmed, 2004. 283-297 p.

Piña-Rodrigues, F.C.M.; Santos, N.R.F. Teste de

tetrazólio. In: Piña-Rodrigues, F.C.M.(coord.). Manual

de análise de sementes florestais. Campinas: Fundação

Cargill, 1988. 91-100 p.

POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: AGIPLAN,

289p.

POTT, A.; POTT, V.J. 1994. Plantas do Pantanal. Empresa

Agropecuária, Centro de Pesquisa Agropecuária do

Pantanal. EMBRAPA. Corumbá/MS. 1994. 320.p.

Salomão, A.N.; Sousa-Silva, J.C.; Davide, A.C.; Gonzáles,

S.; Torres, R.A.A.; Wetzel, M.M.V.S.; Firetti, F.; Caldas,

L.S. Germinação de Sementes e Produção de Mudas de

Plantas do Cerrado. In: Salomão, A.N...[et al.]. (Orgs.)

Brasília, Rede de Sementes do Cerrado, 2003. 96. p. il.

Publicado
2016-06-01
Como Citar
Azevedo, I. R., Paiva, H. N. de, & Gomes, J. M. (2016). Efeitos de substratos, luz e temperatura na germinação de sementes da espécie Buchenavia tomentosa Eichler (merindiba) em condições de laboratório. AGRI-ENVIRONMENTAL SCIENCES, 1(1). https://doi.org/10.36725/agries.v1i1.42
Seção
Artigo científico